Ministro diz que a eleição em Belo Horizonte será Lula x Bolsonaro Ministro diz que a eleição em Belo Horizonte será Lula x Bolsonaro

Ministro diz que a eleição em Belo Horizonte será Lula x Bolsonaro

Ministros José Múcio e Alexandre Padilha concedem entrevista em Araxá, foto Tião Mourão/Conexão Empresarial

Pesquisas eleitorais à parte, a disputa final nas eleições de Belo Horizonte será entre o campo liderado por Lula e o de Bolsonaro. A avaliação foi feita pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na sexta (14), em Araxá (Alto Paranaíba), onde participou da 13ª edição do Conexão Empresarial Anual. Hoje, as medições apontam que os pré-candidatos de ambos os campos não lideram a corrida.

As sondagens e avaliações deixaram o governo federal convencido de que a polarização política vai prevalecer, reeditando o duelo entre o candidato bolsonarista e o que terá apoio do campo lulista. Padilha não soube citar o nome que representará o campo anti-bolsonarista, mas citou Rogério Correia (PT) e o prefeito Fuad Noman (PSD), que busca a reeleição.

Debate vai puxar os candidatos

O fato de ambos não pontuarem bem nas pesquisas não seria o problema. “O próprio candidato bolsonarista vai puxar o contraponto a ele”, vaticinou Padilha, convicto que o debate ideológico será mais forte e intenso. “Haverá espaço para discutir os problemas da cidade, mas a polarização vai dominar”, previu ele, reconhecendo também que Fuad Noman precisa mudar seu estilo e campanha. “Ele precisa ter mais…”, recomendou, erguendo o pulso e o braço pra cima.

O cientista político e pesquisador do Instituto mineiro Quaest, Felipe Nunes, concordou, mas adiantou: “Em BH, a maioria é mais Bolsonaro do que Lula. Aí, a tendência é a direita, unida, se sobressair”.

Bem-me-quer; malmequer

A direita está rachada em três pré-candidaturas, mas nenhuma delas faz ataques entre si. Já a esquerda, que pode se reduzir a duas pré-candidaturas, vive em permanente confronto entre seus integrantes. Em sabatina à “Folha de S. Paulo”, Rogério Correia admitiu que o principal inimigo será a ultradireita.

Defendeu a unidade da esquerda em torno de seu nome, pelo fato de, segundo ele, ser apoiado pelo presidente Lula, mas descartou fazer aliança no 1º turno com Fuad Noman, a quem fez críticas. Outra crítica de Fuad, Duda Salabert (PDT) avaliou o quadro como preocupante e que a sua pré-candidatura seria a única capaz de vencer o bolsonarismo.

Apertem os cintos!

Sobre a polarização, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, avaliou que o país vive situação política esquizofrênica. “Isso me entristece. Às vezes, têm mais preocupação com as próximas eleições do que com as próximas gerações. A gente precisa encerrar isso (a eleição de 2022). É como se, dentro de um avião, parte dos passageiros que não gosta do piloto passasse a torcer para que ele cometa um erro. Todo mundo vai sofrer”, advertiu ele, em Araxá, garantindo que o ambiente interno nas Forças Armadas está pacificado hoje. Ele também fez palestra que fez no evento organizado pela VB Comunicação, reunindo empresários. Numa agenda política e econômica intensa durante três dias. Esse colunista participou do Conexão a convite da organização.

Emendas afetam o governo

Ex-ministro das Relações Institucionais do governo Lula 2, o ministro José Múcio admitiu que articulação política ficou mais difícil. “No meu tempo, era mais fácil, porque não havia emendas impositivas. Havia uma dependência maior do Legislativo perante o Executivo. Hoje, ele é absolutamente independente. Isso é uma coisa que, no futuro, terá que ser equilibrada. Hoje, o Congresso Nacional tem poder demais e não tem a responsabilidade que esse poder inspira”, diagnosticou José Múcio.

Irmão de Zema reage

Ainda em Araxá, o irmão do governador Zema, Romero, encarou os policiais que se manifestaram contra Zema e sua política salarial. Enquanto filmava, ele apelou aos manifestantes para não protestarem diante da casa do pai deles, Ricardo, que estaria com a saúde debilitada. Por conta da pressão, Zema cancelou a agenda em sua terra natal.

TCE receita corte de isenção

No Relatório de Acompanhamento do Projeto de LDO, o Tribunal de Contas do Estado deu “sinal de alerta” ao governo mineiro para que apresente as projeções de renúncias fiscais. Segundo a Coordenadoria de Fiscalização e Avaliação da Macrogestão Governamental, no caso da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, as isenções devem ser reduzidas em 20%. “Deveriam estar em queda de, no mínimo, 20% nos três anos de vigência do Regime, mas, pelo contrário, tiveram aumento percentualmente mais expressivo”. Hoje, as isenções batem R$ 18 bilhões.

Autorização redundante

No dia 4 de junho, Zema publicou decreto autorizando o governo a reduzir os incentivos e benefícios fiscais ou financeiro-fiscais dos quais decorram renúncias de receitas, no percentual mínimo de 20% (vinte por cento). O decreto é autorizativo, mas não é obrigatório.

Plano contra desastre

Ainda na recomendação, o TCE orientou o governo mineiro a apresentar planejamento financeiro em casos de desastres ambientais. A iniciativa é para que Zema inclua no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, para 2025, um planejamento financeiro abordando questões relacionadas a riscos de natureza ambiental. O TCE recomendou que seja indicado, por exemplo, quais providências seriam adotadas caso o estado passe por um desastre de grande magnitude, como os rompimentos das barragens de Brumadinho e Mariana e das fortes chuvas, a exemplo da tragédia que ocorreu no estado gaúcho.

(*) Publicado no Jornal Estado de Minas

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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