Nicolás Maduro, ex-motorista de busão e que se impõe como governante da Venezuela, vestiu sua fantasia de ditador. Vitorioso, no domingo (03/12), em plebiscito ao seu estilo, proclamou a invasão da região da Guiana Essequiba. Quer, portanto, mais de 60% da Guiana.
Maduro projeta anexar a banda rica em petróleo, ouro e outros bens minerais e metálicos. A disputa vem do Século XIX. A Guiana recebeu o imbróglio de herança da Inglaterra, ao se tornar independente em 1966 (veja adiante).
O político do país vizinho põe em teste o propósito de dedicado assecla do ditador da Rússia, Vladimir Putin. E está disposto a repetir aquilo que o russo fez duas vezes na Ucrânia.
O Ocidente (Europa e Estados Unidos) dormiu de touca aos avisos prévios de Moscou, desde o início do 2º semestre de 2021. Depois, com invasão em curso progressivo, em fevereiro de 2022, aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ficaram atolados nos próprios discursos.
Enquanto isso, Putin avançou com artilharia moderna, mísseis, caças e drones. Matou e varreu do mapa cidades e enormes áreas ucranianas.
Maduro, não custa relembrar, recebe bem mais que o “sim” de Putin e do outro temido ditador: Xi Jinpeng, da China. Neste ano, fez seu beija-mão em Pequim. E programa o desembarque em Moscou.
Rússia entrega armas a Maduro sem segredos
Entretanto, o governante da Venezuela tem mais que o sopro de Putin e Xi para pensar firmemente em cruzar a fronteira para Guiana. Recebe deles, além de créditos, as armas. Mas quase tudo em doações ou escambo em commodities.
Moscou age de forma mais visível. Assim, então, a Marinha, Exército e Aeronáutica de Maduro agregam, aos olhos do mundo, equipamentos de guerra até melhores que os das Forças Armadas do Brasil. Às vezes, Caracas não precisa nem pagar. Mas, precisa dar uso finalidade.
Em 2019, Putin mandou caças e muitas dezenas de militares para o território venezuelano. Junto, um oficial de alta patente para assessorar Maduro. Consolidando, então, precedentes, em que o fez Brasil fez ponta.
A conexão militar, uniformizada em falsos jalecos assistenciais Cuba-Caracas, fundada no início da era Hugo Chávez, perdeu, então, a plumagem.
Maduro obedece aos planos de Putin
O regime de exceção do venezuelano se perpetua sustentado em mudanças casuísticas contra adversários, intimidações aos tribunais e reformas da Constituição. Nos guetos urbanos, ataca com milícias institucionalizadas – municiada e com salários do seu governo.
Maduro, além disso, combate de forma cruel aos adversários. Nisso, portanto, demonstra extrema fidelidade aos métodos das cartilhas de Putin, Xi e dos irmãos Castro, em Cuba, desde 1959. O chinês garante que compensará.
A eventual invasão da Guiana, entretanto, ainda é avaliada como improvável. Mas, há um detalhe: trata-se de um para casa passado por Putin ao assecla Maduro.
O ex-motorista de busão, hoje mão-de-ferro contra opositores políticos, quer levar para fora do país as suas milícias. Mas, nessa aventura que desenha contra Guiana busca cumplicidade mais ampla do bloco econômico BRICS. Nele estão Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Além da Rússia e China, o governante de Caracas tem no portfólio outro protetor antigo, o Brasil, do amigo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Este, por sua vez, é também amigo dos mesmos amigos de Maduro. No BRICS ficariam distantes Índia e África do Sul.
Tudo, então, em casa, então!
Ditadores contam com a pouca ação de Lula
Naquilo que couber, Lula, não precisaria nem discursar. Basta o silêncio, ou palavras de baixa consistência. Todavia, se optar em permanecer quase quieto, no modo não sabe de nada, agradará Maduro e seu protetor.
Entretanto, o venezuelano cria embaraços aos planos do PT, de permanecer no poder por décadas.
Lula-3, em sua primeira viagem de peso internacional, à China, declarou apoio explícito a Putin nesta segunda invasão à Ucrânia e guerra, que vai para o 2º ano, em fevereiro. E assumiu postura contra os Estados Unidos e a OTAN.
É, portanto, fava contada para Maduro, Putin e Xi que o brasileiro ficaria neutro, mas somando com a troika com eixo vermelho. O petista, então, sentaria na fileira contra uma provável ação do presidente dos EUA, Joe Biden, nesse potencial cenário de conflito na parte Norte da América do Sul.
Uma publicação com influência nos círculos militares brasileiros associa Forças Armadas do Brasil à presença de tropas dos EUA na Guiana. Mesma publicação mostra, enorme desequilíbrio de um conflito sem ingerência externa seria Davi contra Golias, dado a exponencial diferença bélica.
EUA atuaram nessa causa por indicação da Venezuela
Em 1899, um russo, em comissão arbitral, foi favorável à Guiana e contra Venezuela. EUA chegaram a representar a Venezuela. Veja em relato histórico de um oficial do Exército do Brasil que resume tópicos até janeiro de 2021.
Bolsonaro levou 4 mil soldados; Lula 16 tanques
Em novembro de 2021, o Governo Bolsonaro mobilizou 4 mil soldados na linha de fronteira da Guiana Francesa: combate ao tráfico de drogas, armas e ouro.
Na manhã desta terça (05/12), o Ministério da Defesa informou deslocamento de mais 16 blindados para as fronteiras com Venezuela e Guiana.
A diplomacia de Lula põe mais um bode fedorento no colo. O Estado de Roraima, por exemplo, é dependente compra de energia gerada em usina na Venezuela, interrompida por Bolsonaro. Lula retomou.
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