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Neymar no consultório do marketing pela cura

  • por | publicado: 27/11/2022 - 23:24 | atualizado: 01/12/2022 - 14:50

Atacante Neymar leva para o Qatar lembrança de outras Copas. Mesmo assim, é mundo da publicidade não o abandona. Na imagem, momentos após a lesão na estreia do Brasil - Crédito: Twitter/FIFA

O jogador de futebol paulista Neymar da Silva Santos Júnior, o Neymar, ainda não foi abandonado pelas oportunidades de ouro. O mundo da publicidade, portanto, olha para ele, mesmo que fora de campo no momento. E espera criativo por uma chance. Mas, fechar negócios depende mais dele que daqueles que liberam as verbas disponíveis.

Na Copa de 2014, em pleno Brasil, Neymar jogou pelos ares a chance de realizar excelente campanha e dar a volta por cima no “Neymar, cai-cai” e gerar metas de seriedade fora das quatro linhas. Mas, o camisa 10, se sagrou o mesmo de sempre. Nem por isso, porém, as grandes marcas o esqueceram. E se repetiu a dose em 2018, na Rússia. Mesmo assim, os contratos não bateram pernas.

Agora, 2022, a Copa do Qatar e Neymar com seus 30 anos de idade. O mundo inteiro não se surpreendeu: no 2º tempo, do 1º jogo do Brasil, o atleta caiu e saiu de campo. Uma lesão. É para se pensar: qual dos mundos é o mais real para o jogador do Paris Saint-Germain (PSG), o das realidades ou o das fantasias? Talvez, ainda, caiba se pensar em um misto de ambos.

A sorte, entretanto, não lhe virou as costas. Continua no plantão, mesmo diante de previsões negativas no varejo. Reapresenta mesmas propostas das Copas anteriores: passar a régua no “cai-cai” e, de quebra, afastar lembranças das polêmicas notícias fora das sessões do futebol.

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No mês passado, por exemplo, o jogador compareceu a um Tribunal de Barcelona, na Espanha. É acusado de corrupção e fraude financeiros na transferência do Santos para o Barcelona, em 2013.

Publicidades buscam capital de risco

Em 17 de outubro, Neymar foi ao Tribunal de Barcelona – Crédito: Reprodução/Twitter

Nestes dias, avaliadas as facilidades (em tese) de a seleção brasileira avançar (mesmo que aos trancos) às fases seguintes, os times do marketing batem, então, na janela do quarto do craque. Não sendo grave a lesão, o jogador contundido pode ser projetado em boas peças publicitárias, principalmente, na linha da reabilitação e dentro desta Copa!

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O primeiro passo, entretanto, num projeto Neymar, hoje, é contrato de risco. Os envolvidos precisam jogar pesado em mídia das expectativas de retorno da principal estrela convocada pelo técnico gaúcho Adenor Leonardo Bachi, o Tite.

As agências teriam de encontrar parceiros que, além de corajosos, de muita bala na agulha. Terão de encantar torcedores e, em mesma onda, dobrar diretores das decisões nos grandes anunciantes.

Por um Neymar mesmo em muletas, mas em campo

Os sacadores do business da publicidade, todavia, considerariam apenas o Brasil com as mãos na taça. O plano de ação, então, consistiria em balançar um país pesado. Mas que ainda veste “coração de chuteiras”. Na janela paralela, encorajar empresas famintas por publicidades de ocasião.

Copa é top das ocasiões.

O mundo da publicidade não tem alma. A extensão da lesão do jogador, portanto, vira detalhe. Os estrategistas, capazes de transformar poste político em governador de Estado, não são movidos por sentimentos em tudo. Se o negócio for, pois, emplacar verbas polpudas, o importante será um Neymar em campo numa (eventual) final do Brasil.

Mesmo que o defensor do PSG entre apenas para passear. Se for apoiado em muletas, outro simples detalhe. O importante é que seja visto pelo mundo dentro das quatro linhas no apito de encerramento do jogo final. E claro, um Brasil campeão.

É bom frisar: não se coloca dúvidas em um só milímetro dos diagnósticos do time de médicos da Ortopedia. Mas, o fato é que, nesta disputa, os dois times chutam mesma bola em sentido opostos. O da medicina, no gol pela cura do atleta. O da publicidade, por Neymar e companhia como eixos girando receitas. São, portanto, duas causas conhecidas e sabidamente distintas.

Virar jogo do “cai-cai”; apagar o bolsonarista

As alquimias das agências de publicidades querem, então, é sustentar em Neymar a imagem para se fazer dinheiro. Mas, para isso, é preciso mexer rapidamente com os nervos dos torcedores. Virar o jogo onde anunciantes ainda reagem cautelosos em associar suas marcas ao atleta que caiu (saiu) na estreia. Até The Guardian, uma semana antes, apostou na superação da fama negativa.

Além disso, o atleta precisa apagar postura negativa, de até três semanas, antes da estreia do Brasil na Copa. Ele estava colado à campanha política do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições.

O mercado financeiro brasileiro, em alas conhecidas dos grandes negócios, também antes do primeiro jogo, agiu rápido. Entretanto, mandou longe a toalha das apostas na seleção brasileira.

Amanhã (28/11), o Brasil, com seus desfalques, enfrenta a Suíça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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