Jorge Paulo Lemann , um dos donos da Americanas S.A., não virou o bilionário Nº 1 do país por acaso. Além disso, claro, seus dois parceiros (*) históricos em investimentos, também bilionários, não são trouxas. Não há espaço, portanto, para se acreditar que, ao anunciarem, em 26 de dezembro passado, a troca no comando da Americanas, ignorassem as “inconsistências” nos balanços e um rombo contábil de R$ 20 bilhões.
A troca no comando foi 1º deste mês. Mas, nesta quarta (11/01), os então recém-empossados presidente, Sergio Rial, e o Diretor de Relações com Investidores, André Covre, renunciaram diante da descoberta de rombo no balancete do 3T22. Além disso, se desligaram de imediato da empresa. O valor da “inconsistência” é, ainda, referencial, pois, os fatos serão apurados na linha do tempo.
Paulo Lemann e seus dois parceiros (*) Carlos Alberto da Veiga Sicupira e Marcel Hermann Telles começaram como banqueiros, na fundação do Banco Garantia.
O Conselho de Administração da Americanas nomeou João Guerra, executivo de carreira, para acumular interinamente os cargos de presidente e RI. Rial seguirá como assessor do Conselho nessa travessia, conforme comunicado à Bolsa de Valores B3 (Brasil. Bolsa. Balcão).
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O negócio da Americanas, comprada em 1982, foi a primeira operação dos donos do Garantia. Mas o trio não conseguiu imprimir estabilidade no negócio. O grande investimento deles foi a compra da Brahma, transformada em AmBev, maior grupo cervejeiro do mundo.
Americanas turbinou em R$ 20 bi a dívida nos bancos
Nas contas patrimoniais apuradas em 30 de setembro, entre as “inconsistências”, estão, por exemplo, operações de financiamentos de compras de R$ 20 bilhões. Esse valor representa, então, dívidas no mercado de bancos. E não estariam “refletidas” de forma adequada no balanço.
O comunicado não é claro, entretanto, se o rombo de R$ 20 bilhões é a própria “inconsistência” apontada para “financiamento de compras”. O documento foi assinado pelos dois diretores demissionários.
Esse caso da Americanas, em apuração inicial, foi entregue a uma “auditoria independente”. Mas, desde já, a expectativa é saber se o trio bilionário foi, de fato, ludibriado ou se, no final da apuração, caberá a certificação de erro contábil. Ou seja, de lançamentos “inadequados”.
Veja AQUI a íntegra do comunicado da Americanas à B3.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.