Vale tem projeção negativa do UBS até 2023; fator China - Além do Fato Vale tem projeção negativa do UBS até 2023; fator China - Além do Fato

Vale tem projeção negativa do UBS até 2023; fator China

  • por | publicado: 17/09/2021 - 13:49

Boletins do UBS avaliam que nem dividendos de R$ 40 bilhões comovem investidores. - Foto: Fachada de agência do UBS em Zurich/Divulgação

O UBS (do UBS Group AG), maior banco suíço, faz recomendações em via dupla com as ADRs* da mineradora Vale S/A. Portanto: de “compra” para “venda”. Além disso, de cara, capou de US$ 22 para US$ 15 no preço daqueles papéis. Conforme noticia a Agência Reuters, nesta sexta (17/09), os gráficos colocam nos radares das mesas dos analistas indicativos de “crescimento rápido” em excedentes de minério de ferro, em 2022, para até 150 milhões de toneladas.

Como sempre, todos satélites dos analistas que orientam investidores em mineração estacionam sobre a siderurgia da China. Os dados coletados emitem boletins de restrições na produção de aços naquele país. Isso, portanto, libera pressões negativas na relação oferta-demanda do minério. Ou seja, maior exposição na cotação da commodity diante do excesso da oferta.

Mas, como lembrado pelo Valor Econômico, há também outro duplo fator: aumentos na oferta de sucatas de ferro para os fornos das siderúrgicas e na produção de minério pela própria China. As sucatas subtraem do minério de 10 milhões t a 20 milhões t por ano.

Excedentes no mercado pressionam a formação de estoques pela Vale, ou seja, na conta dos custos operacionais – Foto ilustrativa: Banco de Imagens/Bradespar/Redes Sociais

Siderurgia da China indica freio na cotação

E claro, o importante não é apenas produzir em ritmo acelerado, muito menos formação de estoques (capital empatado e parado). A Vale, como outras mineradoras (e/ou comercializadoras de commodities), alimentam seus balanços patrimoniais em cima de preços de vendas – de produtos e serviços diretamente relacionados.

Ocorre, relata a Reuters, que os analistas projetam amargas quedas nas cotações da tonelada produto da Vale. Mas isso, contando que se mantenha atual cenário: estabilização das siderúrgicas da China, ou seja, produção ao redor de 1,07 bilhão de toneladas anuais, e mantida pressão na oferta de minério de ferro.

Nesse cenário, portanto, a Vale enfrentaria cenário constante de perdas nas cotações até 2023:

  • – 10%, em 2021, para US$ 163;
  • – 12%, em 2022, para US$ 89; e,
  • – 6%, em 2023, para US$ 80.

Vale não sensibiliza nem com os R$ 40 bi

Citado na notícia, o analista Andreas Bokkenheuser, do UBS, entende que o baita dividendo de R$ 40,2 bilhões, em 30/09, anunciado ontem (16/09), terá pouco impacto aos olhos dos investidores. Estes, olham, isso sim, é para pouco estimulante projeção da tonelada do minério de ferro abaixo de US$ 100.

Análise do banco não relaciona riscos nas minas da Vale. No momento do fechamento desta edição, ações da Vale (Vale3), a R$ 85,75, registravam queda de 2,23% no pregão da B3 (Brasil. Bolsa. Balcão).

(*) ADRs: recibos de ações de emitidos por companhias estrangeiras e no exterior para negociação em Bolsa, nos Estados Unidos.

Aliás, o UBS (fusão, em 1997, de Union de Banques Suisses e a Société de Banque Suisse), há algum tempo, não faz boas projeções nem para os próprios negócios. Veja AQUI: “UBS fechará 20% das agências na Suíça”.

Veja AQUI o comunicado do Conselho de Administração da Vale aos acionistas:

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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