A Vale S.A. acaba de ingressar no desenvolvimento de tecnologia de terceira geração em processos siderúrgicos. Entrou no projeto de eletrólise de óxido fundido (molten oxide electrolysis – MOE), da Boston Electrometallurgical Company (Boston Metal). A principal expectativa é a descarbonização na produção de aços. Portanto, produtos siderúrgicos livre de emissões de CO2, o chamado “aço verde”.
Mineradora multinacional brasileira e com sede no Rio de Janeiro (RJ), a Vale anunciou, nesta terça (09/02), o ingresso no pool investidor da Boston Metal. Na condição de minoritária, aportou de US$ 6 milhões.
O Conselho de Administração e diretor-executivo da Boston Metal, Tadeu Carneiro, deu conhecimento, em janeiro, de que a companhia captara US$ 50 milhões, isso em uma rodada para US$ 60 milhões Os recursos, portanto, davam suporte para “acelerar as implantações em escala industrial”. O comunicado da Vale, avança, ao assinalar que “a Boston Metal é uma empresa pré-operacional”.
Boston Metal surgiu como startup apoiada pelo Breakthrough Energy Ventures, um dos fundos financiados por Bill Gates, fundador da Microsoft.
Boston Metal, com sede em Boston (Massachusetts – EUA), tem entre investidores, por exemplo, fundos de venture capital (investidor de capital de risco), empresas de mineração e investidores privados.
De acordo com a Business Wire, de São Francisco (Califórnia), da rodada dos US$ 50 milhões, entre outros, participaram a Piva Capital (líder da captação), BHP Ventures (da BHP Billiton) e Devonshire Investors (empresa de investimento filiada à FMR LLC, controladora da Fidelity Investments).
A MOE é apontada como “tecnologia inovadora”. Além das melhorias na qualidade dos aços, os investidores apostam, portanto, que trará várias soluções ambientais. Mas, não apenas na siderurgia, incluindo, por exemplo, a metalurgia do alumínio.
A capacidade mundial na produção anual de aços é de 1,9 bilhão de toneladas. E responde diretamente por 8% das emissões globais de CO2, de acordo com Bennet Cohen, sócio da Piva Capital.
A Boston Metal foi fundada em 2012. Surgiu da proposta de um grupo de professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT). “Estamos construindo uma tecnologia e uma empresa que pode ser dimensionada para enfrentar o imenso desafio da descarbonização da fabricação de aço, e que a nova era da metalurgia está chegando em breve. Planejamos implantar unidades piloto em todo o mundo dentro de alguns anos”, anunciou Tadeu Carneiro.
Com a captação de janeiro, a Boston Metal criou, então, estrutura de capital suficiente para avançar na validação da tecnologia, já patenteada, em “anodo inerte em escala industrial”, de acordo com a Business Wire.
Tadeu Carneiro foi diretor-presidente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), de Araxá (MG). A CBMM é a maior empresa do mundo em produtos básicos de nióbio e de produtos metalúrgicos em escala.
Com ele a empresa avançou em muitas tecnologias. Entre seus legados, por exemplo, a lideranças no projeto de planta-piloto para escala comercial para terras raras. Além disso, abriu a participação em P,D&I com vários centros privados e de universidades. Lei Aqui.
Título original: Vale vira investidora em tecnologia para o ‘aço verde’
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