Zema é acusado de fazer terror com as contas para impor privatizações Zema é acusado de fazer terror com as contas para impor privatizações

Zema é acusado de fazer terror com as contas para impor privatizações

Gustavo Barbosa, Cristiano Silveira e Marco Couto, fotos Ascom/ALMG e site Sindifisco/MG

Mais uma vez, o governo Zema é acusado de usar a piora das contas públicas para pressionar a Assembleia Legislativa a aprovar seus projetos de aperto fiscal e de privatizações. Desde o início da gestão, o governador Romeu Zema (Novo) adverte que não há saída para o Estado caso não aceite o Regime de Recuperação Fiscal e a venda de suas estatais.

Para isso, justifica-se ante o déficit herdado da gestão de Fernando Pimentel (PT) de, em números oficiais, cerca de R$ 35 bilhões. Com a explosão da pandemia do coronavírus, e consequente fechamento do comércio, acusou o agravamento da crise fiscal. Diante disso, a Secretaria da Fazenda estimou queda na arrecadação, nos meses de abril e de maio, por conta da quarentena, mas o resultado consolidado não teria sido grave.

Segundo o presidente do Sindifisco-MG, Marco Couto, o governo cria clima de “terror” na população para pressionar a Assembleia Legislativa a aprovar reformas como a da Previdência e venda de estatais. De acordo com o dirigente sindical, ao contrário, o governo terá recursos para pagar o salário do servidor de forma integral. E mais, haverá dinheiro também para fazer os repasses aos outros Poderes.

Receita própria estaria subestimada

“A receita que o estado está arrecadando mais o auxílio (ajuda emergencial) da União, de R$ 750 milhões, é suficiente para honrar os compromissos até com alguma folga”, disse o presidente do Sindifisco, Marco Couto. Neste mês, deve chegar até amanhã a 1ª das 4 parcelas nesse valor a título de compensar as perdas com a arrecadação, conforme aprovação feita pelo Congresso Nacional.

Segundo ele, a arrecadação tributária superou, no mês de maio, em mais de R$ 1,4 bilhão a previsão oficial. O resultado contradisse o secretário da Fazenda, Gustavo Barbosa, que, em audiência pública na Assembleia, em abril, apontava queda de 2,2 bilhões para o mês seguinte. O desempenho foi alcançado por receitas próprias, que, em seguida, foram aumentadas, naquele mês, por receitas extras da mineradora Vale, no valor de R$ 1 bilhão.

Desempenho de 2020 é melhor

A estratégia oficial foi repetida no dia 1º de junho, em nova audiência, quando secretários apresentaram dificuldades de caixa para o pagamento dos servidores neste mês e repasse aos poderes. Fazendo um relatório, a partir dos números oficiais, o Sindifisco-MG fez um comparado das receitas do 1º semestre deste ano com o de 2019.

“A verdade veio à tona na segunda-feira, dia 1º de junho, com a divulgação da arrecadação tributária do mês de maio, que superou a estimativa do secretário em mais de R$ 676 milhões. O dado confirmou a avalição do Sindifisco-MG”, afirmou o presidente do Sindicato.

Estudo comparado das contas de 2019 e 2020

Presidente do PT acusa campanha do medo

Na mesma linha, o deputado estadual e presidente do PT mineiro, Cristiano Silveira, denunciou que Zema e equipe “vêm gerando terror no funcionalismo público”. A estratégia, segundo o petista, é feita por campanha de desinformação e medo que teria começado bem antes da pandemia. Sob o mesmo argumento do Sindifisco-MG, Silveira apontou maquiagem nas contas públicas.

“Exatamente um mês depois (da pandemia), o governador afirmou que previa queda de mais de R$ 2 bilhões em arrecadação no mês de maio. Isso não se comprovou: a diminuição na arrecadação do ICMS no período foi de R$ 639 milhões. Queda que será compensada pela ajuda (emergencial) de R$ 750 milhões do Governo federal agora em junho.

“Não é papel de governante aterrorizar servidores e lhes negar seus direitos mínimos, mas sim buscar ativamente soluções para o povo mineiro. Principalmente pressionando o Governo federal para que os recursos cheguem até Minas com rapidez e na quantidade necessária”, cobrou o deputado.

Privatização e aperto fiscal são metas

O presidente do Sindifisco apontou duas razões para explicar a intenção do governo. “Jogar os servidores do Executivo contra os demais poderes, de um lado. De outro, criar um ambiente de caos, para aprovar as propostas do governo, a toque de caixa, que impõe privatização e adesão ao regime de recuperação fiscal federal.

“A intenção é fazer com os parlamentares sintam-se compelidos a aprovar, a toque de caixa, sem debate e em meio à pandemia, as propostas do governo que imporão sacrifícios. E perdas gigantescas aos servidores e ao povo mineiro, as quais ainda não prosperaram na Assembleia”. O dirigente sindical referia-se à falta de apoio político do governo em aprovar a venda do patrimônio público.

Se aderir ao regime fiscal federal, Minas terá que desfazer-se de todas as suas estatais, entregando o monopólio da água e da energia elétrica à iniciativa privada. “Um acordo leonino e totalmente lesivo aos interesses de Minas”, apontou Marco Couto.

Fazenda rebate acusações

Por meio de nota, a Secretaria da Fazenda de Minas rebateu os argumentos do Sindicato. Disse que avaliação feita pelo Sindifisco é “irresponsável” e desconsidera que o estado tem vários outros compromissos a honrar. Apontou que, de janeiro a maio deste ano, foram destinados R$ 1,67 bilhão para finalizar o pagamento do 13º salário de 2019. Outro R$ 1,4 bilhão ao pagamento das primeiras parcelas dos repasses atrasados para os municípios. Mais R$110 milhões para o auxílio fardamento e que R$ 440 milhões foram reservados para uso exclusivo da Secretaria de Saúde.

Citou também, na nota, passivo de R$ 34,5 bilhões deixado pela gestão anterior. “Portanto, é no mínimo irresponsável – além de falsa – a alegação de que o Governo de Minas Gerais tenha recursos em caixa e que, por motivos escusos, não estaria disposto a utilizá-lo de forma adequada.”

LEIA MAIS: Zema retoma linha de confronto ao tentar parcelar repasse aos poderes

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Pedro Guimarães

Quem faz terror em MG são as despesas com folha de servidores.

Murilo Andrade Marçal

Turma da mamata.

Charles Saliba

Juntou políticos do PT + dirigentes sindicais para falar mal do governo que vem tentando arrumar a casa – um circo!!!!
Minas Gerais é um País – Estado e deveria ser tratado e gerido como tal, temos o tamanho da França e bagagem cultural igualmente importante, se fosse bem geridos seriamos uma potencial mundial!

Jon C.

Petistas assaltaram a nossa Minas Gerais, deixaram um rombo de 35 bilhões.

Marcelo Faria Noronha

Terror é o que eles fazem com os caixas das empresas públicas….

TT

O Pimentel faz um estrago sabido por todos no Estado de MG, passa mais dois anos atrasando salários, o Zema passa um ano e meio tentando consertar. Aí vem a pandemia causando um desastre somente parecido com um cenário de guerra e o Sr. do Sindifisco tem coragem de afirmar que é possível pagar os salários em dia. Quase 4 anos sem ser possível, agora com a pandemia é. Vive em que mundo, meu amigo? Só pode ser um mal intencionado mesmo, que papinho mais furado…

wilcax

Terror onde? Na campanha ele já pregava a privatização, alertava para o buraco sem fundo deixado pelas administrações passadas, pegou o Estado inchado com o funcionalismo do executivo na sua maioria com salários atrasados, aviltados e por fim refém dessas gangues do judiciário e legislativo que vivem nos privilégios, penduricalhos e mordomias bem longe da realidade dos demais cidadãos. Terror onde?

Murilo Andrade Marçal

Este presidente do sindifisco é um safado sem tamanho, esta classe que ele representa ganham em torno de 28 mil por mês e na verdade não valem nem 1/6 disto, é uma das maiores turmas da mamata nas tetas de quem trabalha.

Artur

Pera, sério que vocês preferem pegar a opinião da turma que destruiu o estado? Se é tão fácil pagar salário, por que o Pimentel não pagava?
A economia agora está a pleno vapor pra conseguir pagar, né?
Depois acham ruim quando falam que a imprensa é militante

Ben Benl

Contorcionismo danado para falar que está tudo OK só para terem aumento. Não basta 25, 30, 40 mil/mês???

Henrique Dos Santos Santos

Governador mg zema aguarda reconvocação militares da reserva pmmg,cbmmg p serviço ativo bh em todas cidades mg,

Henrique Dos Santos Santos

GOVERNADOR MG ZEMA VAI RETORNAR MODELO PMMG,CBMMG COMO ERA ANTES NOS ANOS 80 90

Henrique Dos Santos Santos

GOVERNADOR MG ZEMA SERA CANDIDATO REELEIÇÃO EM 2022,TEM MEU VOTO