Bolsonarismo, aliança política e financiamento travam Zema na reeleição

  • por | publicado: 30/07/2021 - 12:39 | atualizado: 02/08/2021 - 15:55

Antes aliados, Zema e Bolsonaro agora ficam rompidos na eleição, foto Pedro Gontijo/ Imprensa MG

Favorito nas primeiras sondagens e pela força do cargo, o governador Romeu Zema (Novo) não precisa das pesquisas para saber que tem três difíceis obstáculos à sua reeleição em 2022. Todos eles têm conexão com a maneira pela qual se projetou na eleição passada e virou governador. O maior deles é o bolsonarismo do qual vem sendo aconselhado a se afastar e se desvincular por conta da queda de aprovação e omissão do presidente na pandemia. Não será fácil.

Todos viram, e está gravado, Zema pedir votos para Bolsonaro na eleição de 2018, ao vivo na TV, mesmo sendo infiel ao próprio partido e ao candidato presidencial dele (João Amoêdo). Durante a gestão, o governador nunca contestou Bolsonaro, ao contrário, tentou tirar proveito da proximidade com ele. Seu principal concorrente, Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, se candidato, deverá explorar e fazer a vinculação.

As outras duas travas referem-se à rejeição às alianças políticas com partidos tradicionais e, por último, o uso do financiamento público para sua campanha. Ambas as posições figuram como regras no estatuto partidário, embora o Novo aceite participar do horário gratuito eleitoral de TV e rádio, que é financiado por dinheiro público.

Duas correntes batem cabeça

Há uma corrente do partido e do governo que defende a realização de alianças para ampliar a sustentação política; outra prega a chapa puro-sangue, sem coligações. Essa última opção eliminaria também o terceiro obstáculo, porque, ao fazer aliança com outro partido, não teria como impedi-lo de usar o financiamento partidário e eleitoral.

Para distanciar-se de Bolsonaro sem perder votos ou sofrer represálias, Zema e seu grupo torcem para que o senador mineiro Rodrigo Pacheco (DEM) seja candidato presidencial. Pela identidade regional, teria argumento favorável a essa opção, desde que Pacheco não mude para o PSD, partido do rival Kalil.

Financiamento público ou privado?

No campo das alianças, o partido mais próximo hoje dele é o PP, que lhe dá apoio político na Assembleia Legislativa e no governo. Chefiado pelo deputado federal Marcelo Aro, o PP pretende caminhar junto com Zema, especialmente depois que rompeu com Kalil. Com certeza de sua trajetória, esse partido não abrirá mão do uso do financiamento partidário e eleitoral.

Sem alianças e sem financiamento público, o governador teria como alternativa o apoio financeiro de empresários aliados. Entre eles, o presidente da Federação das Indústrias de Minas (Fiemg), Flávio Roscoe, e os chamados 4Rs, que sustentam financeiramente o time do Atlético Mineiro. Além deles, há o ultradireitista Salim Mattar (Localiza). A limitação aqui é de natureza legal, já que os empresários só podem participar financeiramente como pessoas físicas.

LEIA MAIS: Saída de Amoêdo favorece aliança de Zema com Bolsonaro pela reeleição

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Marcílio Cardoso

É!!!! Não será assim!!! Os honestos não serão desprezados pela população. Zema e Bolsonaro não são rejeitados. A mídia e a Classe Política, avidas por dinheiro público, os vem bombardeando. Não vai adiantar. Sem roubo, estão reeleitos no primeiro turno!

Aloisio de Almeida

DUAS DESGRAÇAS DA POLÍTICA !!! UM CAVALEIRO DO APOCALIPSE , COM DUAS CABEÇAS. UMA DESTROI MINAS ENQUANTO A OUTRA É RESPONSÁVEL POR MEIO MILHÃO DE MORTOS POR COVID-19

Leigo

Destrói Minas? Pode ser mais específico como que está ocorrendo esta “destruição”? A destruição deveria ser piorar algo, correto? Ou então, você quis dizer, continuar a destruição? Qual quesito especificamente este governo está pior que o do Pimentel?

Heisenberg

Fascistas reeleiitos? Nunca serão, jamais serão!

guilherme

Taxou o Salim Matar de “ultradireitista Salim Mattar”, quê pôdre e pobre.