A Defensoria Pública de Minas empossou 19 novos defensores públicos aprovados em concurso que, pela primeira vez, adotou cota para negros. Dos 142 aprovados, 38 são negros. A posse aconteceu na sexta (26).
“Nosso concurso é histórico, sendo o primeiro da Instituição com previsão de vagas reservadas à população negra. De 142 aprovadas e aprovados, somos 38 negras e negros. Um número ainda insuficiente e que não reflete a cor do nosso país, mas que, com toda certeza, representa um avanço na composição dos quadros do sistema de justiça”. A avaliação foi feita por um das empossadas, a defensora pública Bárbara Maria Martins Ribeiro e oradora do evento. Outro orador, o defensor público Luis Fernando Dias Souza comparou o momento à celebração da vitória e da realização de um sonho conjunto.
Voz dos excluídos
O novo defensor ressaltou ainda a missão da Defensoria Pública de “dar voz e vez às excluídas e excluídos, às pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e jurídica”.
“Em especial nos tempos difíceis em que vivemos, com a volta da fome, da extrema pobreza, da desigualdade e da exclusão social, a importância do papel da Defensoria Pública como instrumento de transformação da realidade social se sobreleva”, reconheceu o defensor público.
Prestigiando o evento, o presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos de Minas (Adep-MG) Fernando Martelleto, rememorou o discurso realizado na ocasião da posse da primeira turma do atual VIII Concurso, em outubro de 2020.
Martelleto afirmou que o ato de “defensorar” é uma atividade singular devido aos desafios encontrados no cotidiano da atuação. Entretanto, o defensor lembrou que a cor verde utilizada como símbolo pela Defensoria Pública representa a esperança. Recorreu ao célebre educador Paulo Freire, que dizia que a palavra esperança é proveniente do verbo esperançar, que é buscar a melhoria, o desenvolvimento.
Pontuou ainda que a Associação é a retaguarda para a atuação e a evolução das novas defensoras e dos novos defensores. “Os senhores terão que conviver com a adversidade, com contradição, com toda sorte de incertezas e injustiças, mas terão que conviver também com aqueles que atuam e trabalham pela promoção da justiça. De tal sorte, o bom combate é aquele contra a miséria, a mazela, exclusão social, e todas as desigualdades de raça, gênero e opiniões, em busca de uma sociedade melhor e mais justa. E nesse desiderato, contem com a nossa Associação de classe, que está aqui na retaguarda para dar-lhes apoio, segurança e incentivo nessa atuação firme e corajosa”, disse Martelleto.
Foco no vulnerável
A defensora pública-geral, Raquel da Costa Dias, que presidiu o evento, afirmou que estar próximo do assistido é o que diferencia a Defensoria Pública das demais instituições. Assim, conforme a defensora pública-geral, os novos defensores e defensoras devem ter “objetivo comum de fazer o certo e o que precisa ser feito para que a justiça chegue às mãos de quem está em situação de vulnerabilidade”.
“Estamos e somos 100% Defensoria Pública e precisamos de vocês para fazer esta Instituição crescer, avançar e chegar a tantas pessoas que estão em situação de vulnerabilidade nas diversas realidades existentes em nossas Minas Gerais”, reforçou a defensora pública-geral.
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