Setores da Polícia Militar cobram que os deputados ligados à categoria investiguem a atuação do secretário de Zema, Igor Eto (Governo), acusado de chantagear um coronel da PMMG. A intenção do secretário seria forçar a mudança de voto de um deputado da base na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, disputa na qual o governo saiu derrotado.
Como se negou a ‘cooperar’ com a operação política do governo para eleger seu candidato, o cel. Marco Aurélio Zancanela foi desconvidado a assumir a chefia do Estado Maior. Alegando orientação do novo comandante geral da PM, o governo disse que mudou e decidiu nomear o cel. Rodrigo Piassi do Nascimento para o cargo.
Uso político revoltou oficialato
O primeiro erro do secretário teria sido privilegiar indicação política em vez de respeitar o tradicional critério de antiguidade, o que revoltou o oficialato. Além desse caso, outra indicação para a reitoria da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) seguiu o mesmo critério político. Essas e outras ações semelhantes deixaram apenas desgastes, já que o governo desistiu da disputa ao antever a derrota de seus candidatos.
Alguns deputados atuam contra a investigação da Comissão de Segurança para que Igor Eto seja mantido no cargo. Para uns, é melhor um secretário fragilizado do que uma mudança que possa mexer mais na relação do governo com a base aliada. Ele também foi acusado de fracasso nas articulações para eleger um aliado na presidência da Assembleia.
Dois blocos governistas
O novo líder do governo Zema na Assembleia, Gustavo Valadares (PMN), defendeu a divisão da base aliada em dois blocos governistas. Segundo ele, essa divisão não preocupa o governador. “O governo entende que nós, eu, como líder de governo, e os demais líderes que nós teremos aqui na Casa, precisamos ter autonomia e tranquilidade para trabalhar. Vamos entregar depois o resultado que o governo quer”, adiantou o deputado estadual.
A ideia é alcançar um total de 57 deputados aliados nos dois blocos. “É provável que um (bloco) um pouco maior, mas, quando eu digo equilibrados, com parlamentares todos voltados ao objetivo de ajudar o governo a entregar ou a deixar nos próximos quatro anos um bom legado aos mineiros”, avaliou.
A articulação de Igor Eto era a de criação de um bloco com todos os aliados juntos para controlar as comissões permanentes e acelerar a tramitação de projetos.
Oposição terá 20 votos
Já o terceiro bloco, de oposição ao Governo, foi formalmente constituído e anunciado nessa terça (7). O bloco oposicionista tem 20 parlamentares e será liderado pelo deputado Ulysses Gomes (PT).
O PT, que tem a maior bancada desta legislatura, com 12 deputados, é uma das representações partidárias que compõe esse bloco. O grupo terá ainda quatro parlamentares do PV, dois da Rede, um do Psol e um do PCdoB. Essas legendas disputaram as últimas eleições em duas federações partidárias: FE Brasil (PT-PCdoB-PV) e Psol-Rede.
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