Auditores fiscais do Estado de Minas Gerais retomaram a mobilização nessa terça-feira (24), em mais um ato de protesto coordenado pelo Sindifisco-MG. A categoria reivindica a reestruturação da Secretaria de Estado da Fazenda e pede a demissão do secretário Luiz Cláudio Lourenço Gomes por falta de diálogo, esvaziamento institucional e desvalorização da carreira. “A categoria não suporta mais o secretário”, afirmou o presidente do Sindifisco, Matias Bakir.
Batizada de “apagão fiscal”, a operação tem se repetido nos últimos meses e inclui denúncias de retaliações internas contra servidores que aderem aos atos. Em uma das ações mais recentes, auditores relataram o corte de energia no hall do prédio Gerais, na Cidade Administrativa, durante uma concentração pública.
100 auditores deixam a carreira
Além da pauta institucional, os auditores também cobram recomposição salarial. Mesmo com uma arrecadação R$ 4 bilhões acima da meta prevista para 2024, o governo não apresentou propostas. Desde o início de 2023, mais de 100 auditores deixaram a carreira, migrando para fiscos de outros estados.
Outro ponto levantado pelo movimento é a necessidade de auditoria da dívida mineira com a União. Estudos técnicos do Nepad (Núcleo de Estudos para a Promoção da Auditoria da Dívida) apontam erro histórico na correção dos valores: embora Minas já tenha quitado mais de R$ 48 bilhões desde 1998, o saldo atual ultrapassa R$ 160 bilhões. Segundo o levantamento, se fossem aplicados os critérios adequados, o Estado teria quitado a dívida em 2013 e poderia hoje ser credor da União.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.