O governador Romeu Zema (Novo) ouviu, nessa quinta (10), a reprovação do Alto Comando da Polícia Militar, Civil e Bombeiros à sua proposta de quebra de paridade nas corporações. A resposta foi dada durante reunião na qual tentava ampliar as verbas indenizatórias, como auxílio-fardamento, alimentação e transporte, para pôr fim ao movimento por reposição salarial.
A concessão desses auxílios beneficiaria apenas os servidores da ativa, quebrando a paridade com aqueles que já reformaram. Para a corporação, mais grave do que baixo percentual de reposição salarial, é o tratamento diferenciado entre ativos e inativos.
Os servidores da segurança pública estão em greve branca e já realizaram três atos públicos para cobrar a reposição de 24%, concedida há três anos por Zema e não paga. Esse percentual é fruto de acordo, feito em 2019, de recomposição de 41% em três parcelas, das quais o governo pagou apenas a primeira de 13%.
Proposta unilateral e reprovada
Há 15 dias, o governador enviou, unilateralmente, à Assembleia Legislativa projeto de reposição de 10,06% para todo o funcionalismo público. Além dos policiais, outras categorias também reprovaram a proposta.
Após o encontro com os comandantes, Zema decidiu mudar a proposta e deverá apresentá-la na manhã desta sexta (11). O governo está convencido de que o novo esforço deverá encerrar as manifestações, que, na última quarta (9), extrapolaram os limites, com a explosão de bombas e contrariando até ordem judicial. Se insistir, por outro lado, em aumentar apenas os auxílios ampliará a crise nas forças de segurança.
Além disso, o governador deverá encaminhar, finalmente, à Assembleia a retirada do regime de urgência sobre projeto de sua autoria, referente à recuperação fiscal. Sem essa medida, a Assembleia não irá iniciar a leitura e tramitação do projeto de reposição salarial. O governo preciso agir rápido porque, a partir de 2 de abril, ficará impedido de conceder medidas dessa natureza por conta das eleições deste ano.
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