Um discurso afinado, em favor das instituições, do serviço público e da democracia, marcou diversas posses em Associações de classe, nesta semana, em Minas. Ao ser empossada como a primeira mulher a presidir a Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), a promotora de Justiça Larissa Rodrigues Amaral vinculou a democracia à própria classe que representa, com foco na independência do Judiciário e do Ministério Público.
“Avançaremos na pauta do fortalecimento e valorização do Ministério Público. A autonomia e independência do Ministério Público são fundamentais para que os membros possam exercer seu papel constitucional livre de qualquer tipo de ingerência. Sem Ministério Público forte e independente não há democracia”, advertiu Larissa Amaral, apostando na unidade da classe.
De acordo com ela, a união será fundamental para reafirmar a força da entidade, reforçada por parcerias com outras Associações de carreiras de Estado, entre elas a Amagis.
Ao transmitir o cargo, o ex-presidente da AMMP, promotor Enéias Xavier Gomes, fez um reconhecimento da dedicação e compromisso dos associados ativos e aposentados. “Descobri também um mundo de promotores e procuradores de Justiça, muitas vezes anônimos, que fazem um trabalho maravilhoso no dia a dia, que se dedicam de corpo e alma ao trabalho, que são verdadeiros abnegados”, apontou.
Também na Amagis (Associação dos Magistrados Mineiros), a defesa e a valorização da classe foram atreladas ao fortalecimento do próprio Judiciário e da democracia. Segundo o presidente empossado, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, a desvalorização da classe não afeta somente a função de juiz. “Enfraquece o Poder Judiciário, um dos pilares da democracia, e atinge frontalmente o cidadão, sobretudo o oprimido e que depende da pronta resposta do poder técnico da República”, alertou.
Apontou ainda que as tentativas de aprovação de reformas, como a administrativa, trazem riscos para a democracia brasileira. Na Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais (Affemg), a nova presidente, Sara Costa Félix Teixeira, criticou campanhas de desconstrução do serviço público.
“Acreditamos na atividade associativa, via associações e sindicatos ou outra forma, como instrumentos imprescindíveis para a democracia. Repetindo as palavras do Professor Pedro Demo, filósofo e doutor em sociologia, “o direito de associação está na origem da própria democracia. A democracia é o resultado de gente associada””, disse ela, buscando fortalecer parcerias com outras entidades do funcionalismo público no próximo triênio.
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