Divisão na direita é o primeiro desafio para Simões em 2026 Divisão na direita é o primeiro desafio para Simões em 2026

Divisão na direita é o primeiro desafio para Simões em 2026

Vice-governador Mateus Simões (Novo), foto Dirceu Aurélio/Agência Minas

O alerta foi feito pelo próprio vice-governador Mateus Simões (Novo) ao avaliar o quadro antecipado na eleição para 2026. O recado dele tem endereço certo e é dirigido ao senador Cleitinho (Republicanos) e demais bolsonaristas. Enquanto a direita tem esses dois pré-candidatos a governador, o centro e a esquerda ainda não têm. Ainda assim, Simões adverte para o risco de a “esquerda voltar ao governo”.

Simultaneamente, o PL bolsonarista deixou a base do governo na Assembleia e ainda tentou, sem sucesso, atrair o partido de Cleitinho. Se os bolsonaristas querem distância, Simões também não quer a vinculação. Sendo assim, os sinais também antecipam que haverá dois candidatos a governador nesse campo.

Senador Cleitinho Azevedo, foto Roque de Sá/Agência Senado

Além de tentar tirar Cleitinho da disputa, o vice-governador quer empurrar o senador por Minas Rodrigo Pacheco (PSD), que é um nome de centro, para a esquerda. Por isso, até ironizou o rival como “candidato da esquerda”.

Não há um modelo ideal de candidato. O último bem-sucedido é o do prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Todos querem ser Fuad. O que deverá prevalecer, novamente, é a preferência do eleitor por um candidato de entregas, que tem algo de relevante a apresentar, não importando se é de esquerda, direita ou do centro.

Urgência de Zema

O governador Zema (Novo) terá que usar toda a sua astúcia e vontade política para garantir a escolha de, pelo menos, um aliado para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Já existem duas vagas destinadas aos deputados estaduais e uma terceira será aberta neste ano. O candidato dele é o secretário de Governo, deputado Gustavo Valadares (PMN). Estão no páreo os deputados Alencarzinho (PDT), Tito Torres (PSD), que são favoritos, e Ulysses Gomes (PT). O cenário não é favorável na Assembleia Legislativa, onde é feita a eleição, muito menos no Tribunal de Contas. A partir da próxima quinta (13), o TCE será comandado pelos conselheiros Durval Ângelo (presidente) e Agostinho Patrus (vice-presidente), dois dos mais críticos da gestão do Novo.

RRF ou Propag

O futuro presidente do TCE-MG, Durval Ângelo, está preparando um documento comparativo entre o Regime de Recuperação Fiscal e o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados. O conselheiro quer mostrar a Zema que o segundo, o Propag, é “infinitamente melhor” do que o primeiro, o RRF, para as finanças públicas de Minas. “Ele (Zema) foi mal orientado”, avaliou Durval.

Lições do PT de Contagem

O candidato a presidente nacional do PT, Edinho Silva, abre sua campanha para ser o escolhido em Contagem (Grande BH), ao lado da prefeita Marília Campos (PT). Junto de outros deputados e lideranças políticas, ele vai prestigiar o lançamento do livro “O Brasil olha para Contagem”, de autoria do economista José Prata Araújo, em parceria com o sociólogo Ivanir Corgosinho. A obra vai mostrar como Marília e seu grupo conseguiram despolarizar a eleição municipal em 2024, garantindo a quarta eleição dela com 60,68% dos votos no 1º turno.

Inovação na gestão

Além da estratégia política vitoriosa, que pode corrigir os rumos do PT, Edinho, que foi ministro e prefeito de Araraquara (SP), ainda poderá conhecer inovações de gestão administrativa. Uma delas é a realização de concurso para cargos de recrutamento amplo, os chamados cargos de confiança. Nessa modalidade, já foram nomeados até secretários-adjuntos. O próximo concurso será realizado para escolher gerentes de unidade de saúde em um modelo que vacina a gestão das influências políticas e dos famosos pistolões.

Comissões da Assembleia

Quase tudo pronto para a Assembleia Legislativa entrar em campo com força total neste ano, após as escolhas dos presidentes de comissões temáticas. A principal delas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), será presidida por Doorgal Andrada (PRD). A de Administração Pública (APU) ficará sob o comando de Adalclever Lopes, que está de volta à Casa, por conta do status de ex-presidente do Legislativo. José Guilherme vai presidir a de Fiscalização Financeira e Orçamentária; Educação, com Beatriz Cerqueira (PT); Segurança Pública, com Sargento Rodrigues (PL). A Saúde, com Arlen Santiago, entre outros.

Surpresa na liderança

O que mais surpreendeu os deputados foi a indicação do novo líder do bloco Avança Minas, da base governista de Zema, Noraldino Júnior (PSB). A maioria dos votos dele tem sido contra o governo. Agora, no conselho de líderes, poderá haver dois contra Zema. Além de Noraldino, Bruno Engler, líder do PL, será outro problema para o governo.

(*) Publicado no jornal Estado de Minas

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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