O ministro Luiz Fux, por diversas vezes, aparece como ponto fora da curva no blocão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem (10/09), em voto que consumiu quase 13 horas (tempo líquido na sessão – das 09h às 23h), sem surpresas, ele destoou no julgamento dos réus na Ação Penal 2668. Votam os cinco ministros da 1ª Turma.
Fux se recusou, portanto, a seguir o voto de fé pré-estabelecido dentro e fora do corporativismo Suprema Corte. Acompanhou o ministro relator Alexandre de Moraes apenas condenações de dois dos oito réus do ‘Núcleo 1’ da chamada “trama golpista”: tenente-coronel (ativa) Mauro Cid e do general (reserva) Braga Netto.
Talvez, nesta tarde, em apartes, justifique que o ideal seria um julgamento pelo Pleno da Corte, onde contraditórios ganham asas, sem as amarras políticas com o Planalto.
O general foi ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e seu vice na chapa derrotada por Luiz Inácio Lula da Silva PT-SP), em outubro de 2022. Ambos são apontados como líderes de um plano da quebra do Estado de Direito, que impediria a posse de Lula, em 1º de janeiro de 2023.
Fux se manifestou, entretanto, pela absolvição de Bolsonaro e outros cinco réus. Estabeleceu, então, o placar 2 a 1 no julgamento da 1ª Turma do STF. Moraes e Flávio Dino (este com escalas de moderações na aplicação das penas) votaram, na terça (09/09), pela condenação de Bolsonaro.
Veja AQUI quem é quem entre os réus no ‘Núcleo 1’.
Veja AQUI quem indicou os 11 ministros do STF.
Na arena do “nós contra eles”
Com essa “ruptura”, Fux jogou mais fumaça na fogueira da política pobre, no Congresso Nacional, e do noticiário do “nós contra eles“, que olha apenas para as eleições de 2026, abandonando causas urgentes do país. Conforme reportou o Correio Braziliense, soam esses tambores nos porões dos Poderes da República, no Judiciário e Legislativo.
O ministro divergente pôs, então, pó de mico no ventilador em círculos além dos pares da 1ª Turma. Aliados do Partido dos Trabalhadores (PT), por questão lógica (aplicada à conveniência do interessado), crucificaram o ministro, da primeira palavra ao ponto final do voto.
Mas os colegas do divergente Fux tiveram outras companhias, além dos beiços torcidos de politicos sob influência do PT. Personalidades conhecidas em segmentos influentes perante a opinião pública não perdoaram Fux.
No superblocão do indignado, se manifestaram até nomes conhecidos do Jornalismo diário – registrado em jornais (digital e impresso) e portais das rádios e TVs. Quando assume posição, a imprensa também vota contra a democracia e o Estado de Direito.
Sessão final
Nesta quinta (11/09), a partir das 14h, votarão a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.