Gabinete de transição, a antessala do mesmo - Além do Fato Gabinete de transição, a antessala do mesmo - Além do Fato

Gabinete de transição, a antessala do mesmo

  • por | publicado: 14/12/2022 - 11:38 | atualizado: 16/12/2022 - 12:06

Todos vão ao CCBB (foto), em Brasília, em defesa de seus negocinhos, de políticas pessoais - Crédito: TV Brasil/Agência Brasil

  • Gabinete da ponte do seis por meia dúzia; entrega dos cartões corporativos da mesma política

Todos vão ao tal Gabinete de Transição por interesses políticos pessoais. O desfile de ex-ministros, ex-deputados, ex-senadores, ex-governadores, ex-prefeitos, ex-vereadores … tem única parada: futuro inchaço da máquina e manutenção do rombo orçamentário. Ninguém vai por vocação, mas, sim, por devoção às oportunidades. Portanto, com sacolões, subirem na mesa dos impostos públicos pagos por cidadãos e empresas.

A sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, virou, então, ponto de romaria do fisiologismo. Uma filial de luxo do cartório dos arranjos dos mesmos senhores feudais dos partidos políticos.

Queridinha do momento nos corredores do Congresso, a PEC da Transição, a Proposta de Emenda à Constituição PEC 32/2022, é o estandarte perverso dos blocos políticos. Sintetiza também o chumbo que Senado e Câmara sempre adicionam aos rombos anuais nos orçamentos da União.

A PEC, de R$ 145 bilhões, mesmo que necessária, simboliza os rosários dos descasos dos parlamentares recursos públicos. Entre estes, por exemplo, emendas parlamentares, fundo partidário, orçamento secreto, etc.

A tal futura governabilidade está, portanto, azeitada com custo de furar os olhos. Mas, não mereceu análise crítica diária no noticiário àquilo que resultou na PEC 32. E se encaixa, portanto, como anestesia e bônus aos crimes do DNA da esperteza que corre nas veias de políticos. Tudo aceito, em altar barroco, por editores preguiçosos de jornais, rádios, TVs etc.

É outra jabuticaba brasileira.

Gabinete dos cartões corporativos dos políticos

Até às 11h40, desta quarta (14/12), por exemplo, não foi manchete alguma verba extraordinária para campanha de saúde pública, já. Como, por exemplo, de retomada maiúscula no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Ela segue matando, silenciosa no noticiário. Parece, mesmo, que os jornalistas aboliram das pautas o caos nos hospitais públicos e suas estatísticas.

Nesse vazio,, então, políticos surfam na fila das senhas dos arranjos da transição.

Transição defende pensão para órfãos da Covid

Saúde pública não dá voto. No máximo, vira dieta para discursos inflamados em palanques e em fajutas Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs). Passadas as eleições, a causa vai para o eterno destino: fundo do poço dos esquecimentos.

Fumaça das queimadas e desmatamentos largados no Egito

Também não muda a fala, nos cafezinhos da CCBB, em desmatamentos na Amazônia, Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Caatinga e outros biomas. A turma (nos governos, ONGs e universidades) que exibiu crachás na recente Cop27, da ONU, no Egito, está curtindo fotos tiradas no congresso. Mas valeu mesmo foi o turismo na terra dos faraós.

Sambódromo das pseudas ideologias

O gabinete sazonal no CCBB é, portanto, uma enorme avenida para desfiles, em blocos multipartidários com suas fantasias ditas de “esquerda”, direita” e “centrão”. Mas, afinal, o que são as tais esquerda, direita e centro no Brasil? A imprensa dá a elas status de conceitos definidos na filosofia. Mas não prova.

Nada mais são, entretanto, que grupões políticos de aluguel (de ocasião) em suas alquimias: trocam cores a cada nuvem de oportunidades. São alas gourmets e caviares, comprometidas em fundamento comum: tirar proveitos dos cofres da administração pública integral (União, Estados e Municípios). Cabe nesse mercado persa de fisiologismo o “socialismo moreno”.

Pouco importa, então, se, no próximo Carnaval, surgirá um novo colapso do Sistemas Único de Saúde (SUS).

Aos políticos interessa agora é assegurar, mais uma vez, a senha na diversidade de cartões corporativos que drenam dinheiro do Tesouro Nacional. E o primeiro bote, nesta temporada, é antes da posse Governo Lula-3, a partir de 1º de janeiro de 2023. Ou seja, na peregrinação ao CCBB ou gritando nos microfones da PEC 32.

Amarrados os arranjos políticos no tal Gabinete de Transição, tudo será volátil: palavras ao vento. E o Governo para? Nadica! Inundará o Congresso com Medidas Provisórias. Foi sempre assim.

A transição atende, então, políticos, editores e comentaristas. Todos oxigenados (encantados) pela burocracia que reina em Brasília…

Velho retrato de 522 anos da política nesta terra de Cabral!

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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