Já foi dito, mas pouco explorado, que o ex-prefeito de BH Alexandre Kalil (PSD) deu um sonoro não ao convite para jantar com o presidente Lula no último dia 7, em BH. O convite foi feito pelo anfitrião, ex-ministro e amigo do presidente, Walfrido Mares Guia. “Obrigado pelo convite. A resposta é não”, escreveu ele no mais típico estilo Kalil. A negativa reflete ao mesmo tempo os novos rumos que o ex-prefeito quer para si, que inclui distância do PT e de Lula.
A razão dessa postura são os efeitos eleitorais de 2022. Kalil aderiu à candidatura presidencial petista, mas avalia que não teve reciprocidade à sua candidatura a governador. Antes, líder das pesquisas em BH e região, ele ficou atrás do governador Romeu Zema, que se reelegeu com vitória em todas as regiões, incluindo a capital que Kalil governou por seis anos.
Lambendo as feridas
Considera também que não recebeu de Lula, após a eleição, o devido tratamento além de dois telefonemas. De lá pra cá, o ex-prefeito distanciou-se de todos para lamber as feridas e fazer balanço.
A reavaliação de seus projetos o mantém distante até do atual prefeito, Fuad Noman, que foi seu vice e é pré-candidato à reeleição pelo partido de ambos. Dele, Kalil guarda dissabores, como demissão de aliados e descontinuidade de projetos administrativos.
Avaliar o futuro
Além disso, Fuad se aproxima de Lula para a eleição deste ano, com repercussão para 2026, onde o PSD deles sonha em lançar o senador Rodrigo Pacheco ao Governo de Minas. Tudo somado, Kalil voltará de viagem na próxima semana para começar a se definir. Sua prioridade, claro, é buscar sobrevivência nesse cenário político que desfavorece seu futuro.
Nos bastidores, especulam que ele não reprova Fuad, mas que estaria propenso a dar apoio branco a outro pré-candidato, Carlos Viana (senador pelo Podemos). Ao se distanciar do PT, Kalil recuperou parte do prestígio e é, hoje, um dos principais cabos eleitorais da capital mineira. Enquanto não se define, será cortejado por vários pré-candidatos, entre eles o próprio Fuad.
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