Lei da Anistia completa 40 anos sob ataques de Bolsonaro Lei da Anistia completa 40 anos sob ataques de Bolsonaro

Lei da Anistia completa 40 anos sob ataques de Bolsonaro

Congresso vai estudar os efeitos ao autoritarismo sobre os direitos humanos

Não é por acaso que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem contestando a própria história recente do país, ao classificar de ‘balela’ os documentos sobre mortes na ditadura e ainda por em dúvida a credibilidade da Comissão Nacional da Verdade.

A Comissão foi constituída para investigar as graves violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

Bolsonaro duvida da Comissão da Verdade

Mais do que isso, o atual presidente está contestando um ato do último presidente da República dos governos militares, João Batista Figueiredo, que, em agosto de 1979, sancionou a Lei nº 6.683, que anistiou todos aqueles que cometeram crimes políticos, de motivação política ou eleitorais, além de crimes comuns relacionados a crimes políticos, no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979.

Figueiredo sanciona Lei da Anistia

“Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei…”, assim começa o texto da histórica lei, ao final sancionada por Figueiredo e subscrita por seus 23 ministros de Estado.

No próximo dia 28, essa lei completará 40 anos. Se até hoje, essa legislação permanece controversa e não resolvida, é porque os crimes cometidos, de tão graves, sempre voltam a assombrar, como agora, a realidade brasileira.

“Quando as contas com o passado não são acertadas, ele não é passado. Os réus precisam sentar-se na cadeira dos réus, as vítimas precisam ser reconhecidas como tal, somente a justiça pode dar redenção ao sinistro período e seus atores”, disse o professor de graduação e pós-graduação da PUC-Minas e Faculdade Milton Campos, Lucas Gontijo. 

É com esse estado de espírito que a Faculdade Mineira de Direito da PUC Minas e parceiros realizam, nos dias 28 e 29 deste mês, na sede da OAB/Minas, em Belo Horizonte, “O Congresso sobre Direito, Memória, Democracia e Crimes de Lesa Humanidade”.

O objetivo é estudar os efeitos do autoritarismo no Brasil, tanto sob a perspectiva da efetivação dos direitos humanos, quanto os conceitos de democracia e soberania popular, de acordo com uma das organizadoras do evento, a mestre em Direito Mariana Bicalho, diretora da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) e coordenadora do Observatório Jurídico do Terceiro Setor e Direitos Humanos.

Dentre os convidados, estão o advogado Carlos Augusto Cateb, que advogou em prol de presos políticos no regime militar, o deputado federal Patrus Ananias, entre outros.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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