Lula admite candidatura presidencial em 2022 para "derrotar bolsonarismo" - Além do Fato Lula admite candidatura presidencial em 2022 para "derrotar bolsonarismo" - Além do Fato

Lula admite candidatura presidencial em 2022 para “derrotar bolsonarismo”

Se recuperar seus direitos políticos, Lula admite disputar presidência em 2022. Foto - UOL - reprodução

Se recuperar seus direitos políticos, Lula admite disputar presidência em 2022. Foto - UOL - reprodução

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que ainda está com seus direitos políticos cassados, admitiu em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do Portal UOL, que pode ser candidato à presidência da República em 2022. “Se for necessário para derrotar o bolsonarismo, estou à disposição”, disse Lula quando questionado sobre a possibilidade de ser candidato.

Para que isso ocorra, entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) precisa votar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente no caso triplex do Guarujá, um apartamento que a operação lava jato considerou que ele recebeu como propina.

Com as revelações feitas pela Operação Spoofing, que têm mostrado, por meio de conversas hackheadas do Telegram, que havia um conluio entre o ex-juiz e procuradores do Ministério Público do Paraná para condenar Lula, há boas chances de que o processo de Lula, no caso do Triplex, seja anulado.

“Refém”

Mas restaria ainda o processo do sítio de Atibaia. Segundo o ministro Gilmar Mendes, do STF, que é o relator do caso do apartamento, e que promete julgar o caso em breve, o sítio são outros quinhentos. Ou seja, também precisa ser julgado. Portanto, não se sabe se e quando Lula terá seus direitos políticos de volta.

Mas na entrevista ao UOL, Lula disse que foi vítima da “maior mentira já contada no país” e que espera que os ministros do STF tomem a decisão de anular “todas as mentiras” pelas quais foi condenado.

“Sou refém da maior mentira contada nesse país, inventada pelo [Sérgio] Moro, pela quadrilha da Lava Jato de Curitiba, pelos juízes do TRF-4, pela Rede Globo. Recuperando seus direitos políticos, ele admite participar das eleições de 2022 como candidato, mas ressaltou que já foi candidato, não precisa ser e que só será novamente para uma “razão maior”. Como derrotar o que ele chama de bolsonarismo.

Abaixo, um resumo do que disse o ex-presidente Lula:

Impeachment

Lula não acha que há mais tempo para que o Congresso Nacional aprecie um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Razões ele acha que não faltam, mas isso deveria ter sido feito, segundo ele, pelo ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “No andar da carruagem, acho que se não conseguiu colocar em votação com o Maia, não conseguirá com [Arthur] Lira (PP-AL ). Não acredito que haja tempo para fazer debate sobre impeachment”, disse.

Bolsonaro e pandemia

Para Lula, um presidente que nega a gravidade da Covid-19, que tenta vender remédio para a doença que não serve para nada, que nega a medicina e a ciência e que não se importa com a morte de 250 mil brasileiros, só pode ser chamado de genocida. “Não podemos ficar à mercê de um governo irresponsável”, afirmou Lula, que disse ter enviado carta ao presidente da China, Xi Jinping, pedido que ele libere de forma mais ágil uma maior quantidade de vacinas contra a Covid para o Brasil.

Frente de esquerdas

Sobre a possibilidade de formação de uma frente de partidos de esquerda para lançar um candidato único à presidência da República em 2022, Lula afirmou acreditar que ela só será viável no segundo turno. “Qual o critério usar para escolher o candidato? Prévia, pesquisa? Acredito que a melhor prévia seja o primeiro turno”, assinalou. Assim, segundo Lula, o candidato dos partidos progressistas que for para o segundo turno teria o compromisso de apoio dos demais partidos.

“Mas no segundo turno não pode ir para Paris, Nova York”, afirmou Lula, uma crítica ao ex-ministro Ciro Gomes, que viajou para a capital francesa logo após ter sido derrotado em 2018, negando apoio ao candidato petista Fernando Haddad, que disputou o segundo turno contra Jair Bolsonaro.

Ciro Gomes

“E bom de bola, mas não sabe fazer o jogo coletivo”, disse Lula sobre o ex-ministro e presidencial Ciro Gomes. Segundo o ex-presidente, Ciro passa o ano inteiro atacando o PT e quando chega na eleição quer o apoio do partido. “Não sabe conviver democraticamente”, assinalou.

Mas Lula também disse que se Ciro Gomes estiver no segundo turno na eleição de 2022, terá o seu apoio. “Desejo a ele toda a sorte do mundo. Se for para o segundo turno, não tenho nenhum problema em apoiar”, afirmou.

Operação Lava Jato

Sobre o Operação Lava Jato, o ex-presidente disse: “Esses canalhas do Ministério Público me perseguiram. Deveriam ter a coragem de mostrar uma folha de papel com a corrupção que cometi. Eles estavam querendo criar uma República de Procuradores. Os vazamentos, as chacotas [feitas nas conversas dos procuradores hackeadas do Telegram) mostram que eles se comportavam como uma quadrilha. Esse tipo de comportamento não contribui com o Ministério Público, com a Justiça, com a democracia brasileira”.

Lula também disse que vai provar a “quadrilha” que foi montada entre a Lava Jato, juiz Sério Moro, delegados da Polícia Federal, integrantes do Ministério Público, a Rede Globo e outros setores da mídia tradicional.

Sérgio Moro

Para o ex-presidente Lula, o ex-juiz Sérgio Moro, que é apontado como pré-candidato à presidência da República em 2022, nada mais é do que “um ídolo de barro criado pela Rede Globo”. “Se ele tivesse que competir com Jesus Cristo [na Globo], apanhava. Mas ele estava mais para Judas do que para Jesus”, afirmou.

Pressão de Vilas Boas sobre o STF

Um dia antes de o STF decidir se condenados em segunda instância poderiam ser presos, em habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, o ex-comandante do Exército, general Villas Bôas, usou o Twitter para fazer uma postagem que foi interpretada como uma pressão sobre os ministro para que o ex-presidente pudesse ser preso.

Num livro recente, o general revelou que o twite foi discutido com o alto comando das Forças Armadas. Sobre o episódio, Lula disse o seguinte: “Fique triste, me sinto decepcionado. Não é direito do Alto Comando das Forças Armadas se reunir para dar um pito na Suprema Corte”.

Lula também criticou o ministro Édson Fachin, que só se pronunciou sobre a mensagem de Villas Bôas três anos após o episódio. “Porque ele se acovardou na hora?”, questionou Lula. Fachin foi indicado para ministro do Supremo pela ex-presidente Dilma Roussef e é o relator dos processos da Lava Jato na Corte Suprema.

Numa das mensagens do coordenador da Lava Jato, Deltan Dalagnoll, vazadas pela Vaja Jato, divulgadas pelo site The Intercept, ele faz o seguinte comentário sobre o ministro Fachin: “Caros, conversei 45 m com o Fachin. Aha uhu o Fachin é nosso”, comemorou Dallagnol, em conversa com outros procuradores no dia 13 de julho de 2015.

Política externa brasileira

Sobre o política externa do governo do presidente Jair Bolsonaro, que é comandada pelo chanceler Ernesto Araújo, Lula fez o seguinte comentário: “Não tem [política externa]. Nunca imaginei que o Brasil vivesse a degradação internacional que está vivendo. O Brasil não tem um um ministro, tem um energúmeno.”

Governo Biden

Quanto a expectativas sobre o governo do presidente Joe Biden, que tomou posse recentemente como presidente dos Estados Unidos, Lula disse esperar que ele haja “de forma mais civilizada” com a América Latina.

Segundo ele, os Estados Unidos nunca gostaram da América Latina. Lula também defendeu que o governo americano suspenda o bloqueio econômico contra Cuba e deixe que os venezuelanos decidam o seu destino.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Adriano Cardoso Oliveira

esta merda ainda tem coragem de falar isto que