O ex-presidente Lula (PT) lidera as pesquisas no cenário em que polariza com o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas precisa começar a pensar um plano B. Porque? É que sua estratégia está toda ela voltada para um único adversário, que é o atual presidente. Se Bolsonaro desistir da disputa, ou não ir para eventual segundo turno, o quadro mudaria, pegando o líder de surpresa.
Experiência semelhante se deu aqui em Minas Gerais, em 2018. O então candidato a governador pelo PSDB, Antonio Anastasia, acreditava que seria fácil vencer o governador Fernando Pimentel (PT). Não se preparou para outro desafio e perdeu para Romeu Zema, como todos sabem. Não foi sem razão que o terceiro colocado nas pesquisas, trafegando hoje pela chamada 3ª via, o ex-juiz Sérgio Moro visitou o governador mineiro em novembro passado. Deve ter pedido a receita.
Moro segue o marketing
Fora das estocadas que dá em seu ex-chefe, Jair Bolsonaro, o alvo preferido de Sérgio Moro tem sido Lula, até porque, como recomendam os manuais do marketing político, a receita é mirar sempre o primeiro colocado no ranking para crescer junto e fazer e ser o contraponto a ele. O ex-juiz só teria chances se ocupar o lugar que, hoje, está com Bolsonaro, para, então, encarar o petista em eventual segundo turno. Por isso, volta e meia provoca o petista e o chama ao debate e para briga. Lula, até então, fingia que não era com ele.
“Canalha”: troca de farpas
Mas, na quarta (19), Lula cedeu às provocações e trocou farpas com ele. O ex-presidente o chamou de “canalha”, referindo-se ao processo judicial no qual comandou seu julgamento e prisão. Moro rebateu o ataque, recorrendo ao mesmo tom nas redes sociais. Ambos também usaram o termo “quadrilha”.
Ciro agora visa Moro
Dos outros nomes da terceira via, apenas Ciro Gomes ataca Moro, que ocupa o espaço que antes era dele. Antes mirava Lula, agora, volta e meia, Ciro provoca o ex-juiz e o chama para debates. Aí, é a vez de Moro fingir que não é com ele, fixado que está e continua em Lula. Bolsonaro, de sua parte, bate em Lula e em Moro, para tentar mostrar que ainda está vivo e garantir passagem para o segundo turno, na esperança de fazer o duelo dos extremos, entre ele e Lula.
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