Luz vermelha acesa no gabinete de Zema com risco de derrota na Assembleia Luz vermelha acesa no gabinete de Zema com risco de derrota na Assembleia

Luz vermelha acesa no gabinete de Zema com risco de derrota na Assembleia

  • por | publicado: 20/01/2023 - 16:41 | atualizado: 30/01/2023 - 12:17

Tadeuzinho ganha apoio de Arantes e do PL, foto Divulgação

A luz vermelha está acesa no gabinete do governador Romeu Zema (Novo), após o anúncio de dois fatos negativos para seu candidato na briga pela Presidência da Assembleia Legislativa. O primeiro foi a renúncia à candidatura pelo deputado Antonio Carlos Arantes (PL), atual primeiro vice-presidente do Legislativo. O segundo fato foi a decisão consensual da bancada do PL, que conta com nove deputados, a Tadeuzinho Leite (MDB). Do bloco independente, o emedebista está no campo oposto ao do candidato do governo, Roberto Andrade (Avante). A bancada do PL é a segunda maior na casa.

Com esse apoio, Tadeuzinho se fortalece, já que deverá ter o apoio consensual do PT, que é a maior bancada com 12 deputados, além dos aliados petistas do PCdoB, PSOL e PV. Juntos, formam federação de partidos, que chega a 22 deputados.

“Imposição, não”

Arantes retirou a candidatura a presidente depois de ter sido preterido pelo coordenador político de Zema, secretário Igor Etto (Novo). Antes, o mesmo secretário havia preterido outro aliado, Gustavo Valadares (PMN). Para muitos, ele se sentiu traído pelo governo, mas não se rebelou e se manterá aliado. Já a bancada do PL reagiu ao que chamam de ‘imposição’ da coordenação política do governo. Eles temem que o candidato governista fique refém dessa influência sobre todo o Legislativo, que não aceita mais o jugo do Executivo.

A reclamação é pela condução e não pelo nome escolhido por Igor. A bancada do PL mandou recado ao governador Zema de que continuará apoiando sua gestão e integrando sua base, mas que não aceita a subordinação. A independência dos deputados e o fortalecimento de suas posições e autonomia, as chamadas prerrogativas, foram as principais conquistas do atual mandato e legado do ainda presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD). Para esses deputados, o que está em disputa é a Presidência do Legislativo e não o controle político sobre a Assembleia. Esse pode ser o erro fatal do secretário da coordenação política.

Efeito dominó

Sobre as outras bancadas, pode haver um efeito dominó, porque nenhum deputado quer correr o risco de votar contra o futuro presidente da Assembleia. Por quê? porque seria fatal para a atuação no Legislativo. Se perceberem que os sinais favorecem determinado candidato, não se farão de rogados. Sabem que o mais importante é a sobrevivência política deles antes de defender o governo.

Para Zema, ficou tarde demais. Não há mais como evitar o confronto; sua articulação já avançou muito nessa direção. A política tem duas formas: a do entendimento ou do enfrentamento. Cada uma tem um custo e o mais alto é o do confronto, porque traz riscos e incertezas na hora dos acordos políticos. Coisa da velha política que o governador Zema e o partido Novo sempre criticaram e até criminalizaram.

Confronto arriscado

Tudo tem consequência na política e a escolha de Zema foi o confronto, aliás, o mesmo que está fazendo junto ao governo federal. Isso poderá colocar em risco, por exemplo, a homologação de dois de seus principais projetos, que já estão chegando à mesa do presidente Lula. São eles, o leilão do Metrô de BH e a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal.

Ainda que Zema perca a disputa pela Presidência da Assembleia, deverá ter apoio da maioria, ainda que bamba, para aprovar seus projetos como o do RRF. No entanto, o problema desse projeto não é mais da Assembleia e, sim, o governo federal.

Zema insiste em copiar esse modelo que o seu atual secretário da Fazenda implantou no Rio de Janeiro. No último dia 10 de janeiro, o governador do Rio, Cláudio Castro, reuniu-se com o presidente Lula, fazendo apelo para mudar as duras regras do RRF que agravou as contas públicas de seu estado.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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