Minas desperdiça dinheiro público em 269 obras paralisadas Minas desperdiça dinheiro público em 269 obras paralisadas

Minas desperdiça dinheiro público em 269 obras paralisadas

Governo mineiro retomou, em setembro, as obras do presídio de Ubá, foto site da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas

Minas Gerais tem 269 das 3.922 obras paralisadas em todo o país. A maior causa da suspensão são problemas técnicos (47%), com destaque para as falhas no projeto das obras. Outros 23% ocorrem por abandono da empresa responsável. Pelo menos, 1,2%, ou 48 delas, está paralisado em função de processos judiciais. Apesar de pequena, a paralisação via judicial corresponde a cerca de R$ 149 bilhões em recursos orçamentários imobilizados.

Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que divulgou, nessa terça (19), o relatório “Diagnóstico sobre Obras Paralisadas”. Os empreendimentos foram localizados a partir de levantamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Associação dos Membros Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), pela organização Transparência Brasil e pelo próprio CNJ.

Educação é o setor mais afetado

As obras paralisadas estão ligadas, em maior número, à área de educação. Depois, em segundo lugar, vêm a de mobilidade urbana; transportes e abastecimento de água disputam o terceiro lugar.

A relevância do tema e sua contribuição para ajudar a recuperar a economia foram ressaltadas pelo presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. “Desde o início da nossa gestão no Conselho Nacional de Justiça, venho reunindo os órgãos de controle, o TCU, os Tribunais de Contas estaduais e municipais para, juntos, encontramos soluções que resultem no andamento e na resolução das irregularidades que impedem a continuidade dessa série de projetos”, disse.

CNJ pede apoio para pesquisa judicial

Nesse sentido, o ministro aproveitou a oportunidade para solicitar aos tribunais de justiça contribuição para identificar, em suas respectivas regiões, as obras paralisadas por motivos judiciais. A finalidade é identificar os processos para que as pendências judiciais sejam solucionadas e os empreendimentos possam ser retomados, concluídos e entregues à sociedade. Em Minas, apenas uma obra, no valor de R$ 3 milhões, está suspensa em razão judicial.

“São números alarmantes que nos causam preocupação e já foram gastos R$ 10 bilhões (nessas obras). Primeiramente, isso é um desperdício de dinheiro sem usufruto pela sociedade e outros R$ 132 bilhões estão deixando ser empregados na economia para gerar empregos e fazer a economia girar”, comentou o secretário-adjunto de Fiscalização de Infraestrutura Urbana do TCU, Bruno Martinello Lima.

TCE aponta mais de 600 paralisações

O levantamento acima focou apenas as obras públicas com valor acima de R$ 1 milhão, iniciadas a partir de 2009, e que possuem processos judiciais a elas atreladas. Já o Tribunal de Contas de Minas calcula ser maior o número de obras paralisadas, de 643, de vários valores, totalizando R$ 1,2 bilhão.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Bruno

Se quiser progredir mire no exemplo do Estado de SP.