Com orçamento baixo, Defensoria está em só um terço das comarcas Com orçamento baixo, Defensoria está em só um terço das comarcas

Com orçamento baixo, Defensoria está em só um terço das comarcas

  • por | publicado: 23/05/2022 - 06:32 | atualizado: 30/05/2022 - 12:26

Gério Soares transmite o cargo a Raquel Dias, foto Ascom/DPMG

Com o desafio de levar defensor a todas as quase 300 comarcas mineiras, a nova defensora pública-geral, Raquel Costa Dias, assume hoje a chefia da Defensoria Pública de Minas (DPMG). A instituição é responsável pela defesa e promoção dos direitos, de forma gratuita, da população mais carente Além das inúmeras demandas das pessoas vulneráveis, Raquel está ciente que esse é o problema maior da instituição. “Esse é o nosso grande desafio. Temos quase que 50% dos cargos vagos. Ainda estamos ausentes em muitas comarcas e cidades de Minas. Vamos fazer mais com menos. Vamos abrir algumas comarcas; em outras, defensores irão atender mais de uma comarca, por meio de cooperação, além de fazer investimentos robustos em tecnologia”. Confira a entrevista exclusiva concedida por ela ao site Além do Fato.

A nova defensora pública-geral toma posse nesta segunda (23) para o próximo biênio (2022/2024). Ela reconheceu que a instituição não cumprirá o que determina a Constituição de ampliar o acesso ao Judiciário em todas as comarcas até o mês de junho. “Infelizmente, não. A Defensoria não recebeu os investimentos necessários nos últimos oito anos. Ainda assim, a gente vem recebendo investimentos no atual governo. “Eu início o mandato já designando 18 novos defensores para cidades mineiras e abrindo nova unidade em Unaí (Noroeste de Minas)”. A Emenda 80/2014 determinou que o poder público proveria cada comarca de um defensor em todo o país em um prazo de oito anos. O prazo se encerra no próximo mês sem o alcance desse meta.

Primo pobre do Sistema de Justiça

Admitiu que o orçamento da DPMG é o mais baixo de todo o Sistema de Justiça. “O orçamento ainda está muito aquém se comparado com o do Ministério Público e do Tribunal de Justiça. Vejo com confiança o futuro dos próximos anos. Temos que pensar no crescimento e no planejamento estratégico para não ter recuo de abrir e fechar numa comarca”, argumentou.

Ela será a quarta mulher a comandar a DPMG, mas admitiu que, de forma geral, a mulher tem dificuldades de acesso a espaços de poder. “O Clube do Bolinha ainda é muito forte na área pública e na privada. Eu mesma, muitas vezes, sou a única mulher numa mesa de autoridades, em reuniões”, apontou. Por outro lado, disse que, ao contrário de outros setores, dentro da Defensora nunca sofreu discriminação.

Assista à entrevista da nova defensora pública-geral

A nova defensora pública-geral, Raquel da Costa Dias, dá entrevista ao jornalista Orion Teixeira

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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