Pacheco quer copiar Itamar contra futura venda da Cemig Pacheco quer copiar Itamar contra futura venda da Cemig

Pacheco quer copiar Itamar contra futura venda da Cemig

Pacheco, os deputados Rogério Correia e Luiz Fernando e sindicalistas mineiros, foto Pedro Gontijo/Pres. Senado

Vinte e dois anos após, a iniciativa do então governador Itamar Franco, em 2001, venceu a fúria privatista do governador Zema e de seu partido ultraliberal, o Novo, em 2023. Naquela data, Itamar instituiu na Constituição mineira o dispositivo chamado referendo (consulta popular) contra a venda das estatais mineiras.

O mecanismo foi o principal fator, que, além de preservar as empresas, ajudou a derrotar o projeto de Zema de adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Para chegar a isso, Itamar teve dupla visão política de longo prazo. À época, quando enfrentava a onda privatista do PSDB, chamou os procuradores e pediu travas contra o risco.

Escolha do referendo

Quando apresentaram a proposta de fazer plebiscito, Itamar recusou, dizendo que preferia o referendo por ser, ao contrário do primeiro, realizado após a aprovação legislativa. Na avaliação dele, políticos têm medo de reação popular futura às suas atuações.

Por isso, Zema enviou à Assembleia Legislativa, há 50 dias, uma PEC que pretendia excluir o referendo da Constituição, como etapa preparatória ao RRF, que impõe a desestatização. A PEC não foi votada. Tudo somado, Zema saiu derrotado na PEC e no RRF.

Na terça (19), o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), autor da proposta alternativa para a dívida de Minas, recebeu 17 sindicatos de servidores mineiros. Acompanhados da CUT/MG, manifestaram apreensão com a federalização das estatais, proposta por ele como abatimento do endividamento. O receio maior deles é o risco, em governos federais futuros, da privatização, especialmente da Cemig, que era obsessão de Zema. Sugeriram a adoção do mesmo referendo de Itamar no projeto que guiará o acordo pela renegociação da dívida de Minas, de R$ 160 bilhões. Pacheco prometeu estudar.

Mineração em baixa; Agro em alta

Pesquisa aponta a mineração como o setor mais reprovado da economia mineira. Segundo os dados, 34% a avaliam como positiva; 27%, neutra, e 31%, negativa. O mais aprovado é o agropecuário, com 78%; 13% são neutros e 6% reprovam; em 2º lugar, vem o setor de serviços, com 67% de positivo; seguido da indústria, com 45% de aprovação.

Contratado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas, o levantamento é do instituto mineiro Quaest, feito entre 15 e 21 de novembro, ao ouvir 3.514 pessoas. O nível de confiança é de 95%.

Seis anos deficitário

Pelo 6º ano consecutivo, Minas terá déficit nas contas. Para 2024, vai gastar R$ 8 milhões a mais do que arrecada, conforme orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa na terça (19). Indicador de que a gestão atual não venceu o principal desafio de sanear as contas nem colocou o estado nos trilhos, ao contrário do que diz a propaganda oficial. 

(*) Também publicada no jornal Estado de Minas

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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