Em visita à direção da Copasa, o vice-governador Mateus Simões (ainda no Novo) manifestou reprovação com o anúncio da empresa de fazer investimento bilionário. No dia 18 passado, a empresa divulgou investimento histórico no combate às perdas de água em Belo Horizonte e região metropolitana. Em junho de 2025, o índice de perdas atingiu 37,6%. O montante a ser investido é de R$ 3,7 bilhões, próximo do valor de mercado da companhia, estimado em R$ 4 bilhões, para privatização.
Além da reprovação, Simões teria dado ordens para a suspensão do investimento, mas a decisão não foi confirmada pela estatal. O receio do vice-governador é de influenciar negativamente na tramitação do projeto, na Assembleia, que vai extinguir a exigência de realização de referendo em caso de venda. A consulta popular é prevista na Constituição mineira. Ainda nessa quarta (24), mais de mil trabalhadores da Copasa, segundo o Sindágua (sindicato da categoria), fizeram protesto no Legislativo contra a medida.
Deputados avaliam que o investimento da empresa poderá melhorar sua valorização e avaliação na hora da venda. Os R$ 3,7 bilhões de investimentos fazem parte do pacote de R$ 17 bilhões anunciados até 2029.
Duas Lagoas da Pampulha
Ainda nesta quarta-feira, Simões garantiu que a Lagoa da Pampulha, cartão-postal de BH, “já está limpa”. Na ocasião, anunciou investimento de R$ 20 milhões para a construção de 12 km de rede de esgoto. A declaração estadual deve ter deixado irritado um aliado na área municipal, o vereador Braulio Lara (Novo), que investiga os gastos bilionários na limpeza da lagoa por parte da prefeitura de BH. Na véspera, a Polícia Federal abriu operação para investigar fraudes em contratos públicos relacionados ao tratamento das águas da Lagoa da Pampulha.
‘Privatização’ de Palácios
Um dia depois que recebeu manifesto assinado por quatro ex-governadores do PSDB ao PT, o governador Zema recuou da intenção de alugar o Palácio da Liberdade, sede histórica do governo mineiro, para eventos. A carta foi assinada pelos tucanos Eduardo Azeredo, Aécio Neves e Antonio Anastasia e pelo petista Fernando Pimentel. A decisão deverá cessar o impulso privatizante dos que defendiam, dentro do governo, a venda do patrimônio histórico, cultural e político do estado. Ainda nesta quarta-feira, o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) alterou sua nota pública. Em vez de protesto, saudou a decisão de Zema. O outrora Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, deveria receber o mesmo tratamento para evitar as deteriorações que se repetem a cada festa de casamento ali realizada.
Banho de loja no Café Nice
A inauguração da requalificação do Café Nice, no Centro de BH, na terça-feia, aos 86 anos de história, deixou a loja lotada e dobrou as vendas. As mudanças não afetaram sua essência e foram feitas sem fechar as portas. “Missão foi cumprida”, disse o ex-presidente da Câmara de BH e idealizador do projeto, Gabriel Azevedo, com apoio da CDL/BH e empresários, além de financiamento coletivo. A partir de agora, o tradicional espaço será ponto de encontro para, além de boas conversas, avaliar outras experiências de revitalização do comércio.
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