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Tarcísio atua para ganhar confiança de Bolsonaro em 2026

Zema e Tarcísio estão unidos por enquanto, foto Cristiano Machado/ImprensaMG

De todos os bolsonaristas, radicais e moderados, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi o único que foi solidário ao ex-presidente sem confrontar o STF e sem excessos. Foi cirúrgico, racional e friamente calculista, porém, leal, mas sem a necessidade de provar fidelidade canina.

Ao contrário dele, os filhos e os aliados mais dependentes do bolsonarismo recorreram a agressões e a defesa incondicional após a operação da PF. O governador Zema classificou o episódio como “abuso de poder”, “perseguição judicial” e “tribunal de exceção”, referindo-se às medidas cautelares adotadas. O senador Cleitinho pediu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Tarcísio usou as redes sociais para falar da “dor e humilhação” sofridas por Bolsonaro com a operação policial: “se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”. Ainda exaltou a coragem do ex-presidente perante as adversidades. “E não vai faltar agora, pois ele sabe que estamos e seguiremos ao seu lado”, escreveu o governador em seus perfis.

Sem avançar o sinal perante o STF, Tarcísio criticou o que classificou de sucessão de erros que “afasta o Brasil de seu caminho”. Sua mensagem final argumenta que não haverá pacificação sem equilíbrio. “Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas”, advertiu.

O gesto do governador paulista, que é, mais do que nunca, pré-candidato presidencial, é estratégico. Após a trombada com o filho 03, Eduardo ‘Trump’, Tarcísio busca se credenciar para ganhar a confiança de Bolsonaro. Antes de se colocar como tal, ele quer que Bolsonaro mantenha o protagonismo sobre o futuro do próprio grupo e o escolha como candidato dele, entendendo que é a melhor opção. A exemplo dos filhos, o próprio Bolsonaro tinha, ou ainda tem, ciúmes do governador. De seu campo, o paulista é o único que mantém pontes de diálogo com o STF. Vai precisar muito de Tarcísio.

Tadeuzinho: pé no chão

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Leite (MDB), precisa tomar cuidado e evitar as “cascas de banana” no momento em que elas ganham protagonismo político. É hora de desconfiar de ofertas generosas e do assédio crescente. Como na capital estadual, ele foi lançado pré-candidato a governador, nesta semana, na capital federal. Ser lembrado é bom, mas a narrativa não pode ignorar o futuro que ainda será construído. Tadeuzinho sabe dos riscos e mantém os pés no chão e a cabeça focada no desafio atual da renegociação da dívida bilionária do estado.

TCE: bolsa de apostas

Entre os cinco concorrentes à segunda vaga da Assembleia Legislativa para conselheiro do Tribunal de Contas de Minas, o favorito na disputa é o deputado Tito Torres (PSD). Ao contrário do que foi dito aqui na última quinta (17/7), ele é o aliado mais próximo e de primeira hora do chefe do Legislativo, Tadeu Leite, em uma casa que é tradicionalmente presidencialista. Por conta dessa mesma relação, Torres retirou, de maneira negociada, sua candidatura à primeira vaga, conquistada por Alencar Silveira (PDT).

Dosimetria e pena injusta

Dois livros foram lançados, nesta quinta (17/7), com foco na humanização contra o recorrente endurecimento de penas. Um deles homenageia o legado jurídico da desembargadora Jane Silva, que foi vanguardista na área penal. “Dosimetria da pena: o pensamento de Jane Ribeiro Silva”, é o livro organizado pelo professor Felipe Martins Pinto. O outro livro “Conta de chegada: uma análise jusfilosófica do fenômeno da dosimetria da pena” é de autoria do defensor público Fernando Campelo Martelleto. As obras foram apresentadas na sede da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis). Conta de chegada, expressão usada na contabilidade, ganhou prática na área jurídica, quando o julgador arredonda, com base em suas convicções pessoais, o tamanho da punição entre os intervalos da pena mínima e máxima.

Kalil a Lula: medo de linguiça

“Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça”. Foi assim, de bate-pronto, como é seu estilo, que o ex-prefeito de BH Alexandre Kalil (sem partido) descartou possível aliança com Lula em 2026. Os dois estiveram juntos nas eleições de 2022. A declaração foi dada durante o programa Entrevista Coletiva, da Band Minas, que irá ao ar hoje, às 18h40. Na entrevista, ele ainda manda recados para o atual prefeito da capital, Álvaro Damião (União), que, como ele, trocou o mundo do futebol pelo da política. E para o governador Zema, que o derrotou nas eleições estaduais passadas. “Tenho inveja da comunicação dele, porque, mesmo aumentando a dívida de Minas e as renúncias fiscais, ainda diz que o estado é eficiente”. Sobrou até para a turma do ‘tarifa zero’: “coisa de retardado”.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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