Trump mira Moraes, mas acerta em cheio no peito de Bolsonaro Trump mira Moraes, mas acerta em cheio no peito de Bolsonaro

Trump mira Moraes, mas acerta em cheio no peito de Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes e Bolsonaro, no STF, foto Valter Campanato/ABR

Perto da implantação do tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros, o presidente norte-americano tomou outra decisão, que, a pretexto de ajudar, vai agravar a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Talvez, influenciado pela família do ex-chefe do Executivo e pelo próprio espírito tirânico, Trump julga mal o Brasil e suas instituições. Ao sancionar o ministro Alexandre de Moraes (do STF) com a tal lei Magnitsky, tratando-o como “terrorista”, agride o Judiciário brasileiro, o Estado de Direito, a soberania nacional e o mundo democrático.

Ao contrário do que se pensou, a chantagem imperialista só irá fazer com que o Judiciário brasileiro se fortaleça mais, interna e até externamente. As Supremas Cortes do mundo civilizado estão atentas ao desenrolar dessa crise, que, amanhã, podem igualmente bater às suas portas.

Se havia alguma possibilidade de negociar uma pena menor para Bolsonaro, a oportunidade se perdeu. Não é de hoje que o ex-presidente provoca o STF. Em vez de buscar uma decisão judicial, agiu politicamente e, a exemplo do que foi o seu governo, age fora das quatro linhas da Constituição.

Mais do que os 11 ministros da Corte Suprema, todo o mundo, agora, vai tomar conhecimento dos abusos e ataques antidemocráticos de Bolsonaro, durante sua gestão e depois dela. Seus malfeitos terão visibilidade mundial.

A decisão de Trump afeta, de alguma forma, a vida pessoal de Moraes – outros quatro ministros também tiveram o visto cancelado. A Suprema Corte deve se unir em torno de Moraes, assim como o Judiciário brasileiro. Não só por corporativismo, mas por sua dignidade, independência e autonomia.

Ainda ontem, os presidentes de Tribunais de Justiça dos estados se reuniram, em São Luís, no 16º encontro nacional do colegiado. Deverão, com certeza, divulgar nota conjunta de repúdio. De nada valerá manifestação do tipo “o Supremo não me representa”, porque todas as instâncias poderão, a partir daí, sofrer o mesmo tipo de ataque.

TCE-MG homenageia Moraes

As manifestações em favor de Alexandre de Moraes devem acontecer por todo o país. Ontem, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) abriu a campanha, classificando a medida de Trump como um “ataque infundado” à soberania brasileira e um gesto político que tenta deslegitimar a atuação do magistrado. Antes disso, o Tribunal de Contas de Minas (TCE-MG) havia agendado para novembro deste ano homenagem ao ministro, que ainda fará palestra nas comemorações dos 90 anos da Corte de Contas.

Gabriel ficou mexido

O telefone do ex-presidente da Câmara de BH Gabriel Azevedo (MDB) não parou de tocar ontem, após a notícia dada também por este jornal de que teria sido convidado para ser vice do senador Cleitinho (Republicanos) na corrida pelo governo de Minas. Feliz com a repercussão, o ex-vereador disse que estava fazendo a “felicidade partidária”. Tanto é que o presidente nacional do MDB, o deputado federal por São Paulo Baleia Rossi, ligou, incentivando-o. E disse mais: se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do mesmo partido de Cleitinho, for candidato presidencial, iria reivindicar a vice. Segundo Gabriel, os amigos ligaram em aprovação; quem não estava de acordo deixou conselhos. Para quem já teve Paulo Brant, ex-vice-governador de Minas, como candidato a vice-prefeito, virar, de repente, vice de Cleitinho, aumenta ou reduz o status? Decisões como essa não podem se guiar por redes sociais ou interesses partidários.

Problemas para Simões

O convite feito por Cleitinho a Gabriel deve ter incomodado o partido Novo e seu pré-candidato a governador, Mateus Simões, que garantia que ele não seria concorrente. Simões sabe que fica em desvantagem no campo da direita bolsonarista ao dividir espaço com Cleitinho. Se as pesquisas apontam que uma frágil maioria do eleitorado quer alguém de direita, apenas um deles irá para o segundo turno contra o candidato que unirá boa parte do centro e da esquerda.

Tarifaço do BC

Na onda de incertezas ante o tarifaço norte-americano, o comércio de BH está preocupado com o Banco Central. Ontem, a instituição manteve a taxa Selic em 15% ao ano. Ainda que a decisão represente pausa no ciclo de sete aumentos consecutivos, a medida foi criticada pelo presidente da CDL/BH, Marcelo Souza e Silva. “O setor de comércio e serviços tende a enfrentar desafios econômicos, como dificuldade de acesso ao crédito e de renegociação de dívidas”, disse o dirigente, lamentando o adiamento do alívio monetário.

Tarifa Zero em Luziânia

O prefeito de Luziânia (GO), Diego Sorgatto (União), adotou a Tarifa Zero. É a quarta maior cidade do Brasil, com 218 mil habitantes, a implantar a medida. “A Tarifa Zero mudou a rotina da cidade, valorizou o comércio e facilitou a vida das pessoas”, disse em entrevista ao professor Roberto Andrés (da UFMG), que é militante da causa. “O interessante é que ele é do União Brasil, o mesmo partido de Álvaro Damião, prefeito de BH, que é contra a medida. E relata muitas melhorias com a política: mais gente circulando, menos trânsito e mais vendas no comércio”, disse o docente. Por conta da novidade e de outras políticas, o prefeito goiano foi reeleito com facilidade, no ano passado, na maior votação da história da cidade.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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