Uso de depósitos judiciais "foi criminoso", afirma presidente do TJMG Uso de depósitos judiciais "foi criminoso", afirma presidente do TJMG

Uso de depósitos judiciais “foi criminoso”, acusa presidente do TJMG

Nelson Missias aponta ameaças à democracia, foto Cecília Perdezoli/TJMG

O presidente do Tribunal de Justiça de Minas, Nelson Missias de Morais, classificou de “criminosa e irresponsável” a cessão dos depósitos judiciais. A manifestação veio em forma de artigo publicado no jornal Estado de Minas da última quinta (25). O magistrado garantiu que o TJMG sempre se pautou com extremo cuidado com as finanças, taxas judiciais e depósitos judiciais.

“A exceção foi a criminosa e irresponsável cessão desses depósitos judiciais ao Executivo, poucos anos atrás”, acusou. Ele referia-se à transferência de cerca de R$ 5 bilhões cedidos, em 2015, ao governo de Fernando Pimentel (PT) pelo então presidente do TJMG, desembargador Pedro Bitencourt. “Isso colocou em risco o cumprimento das obrigações da Justiça com o cidadão”.

Lei foi sancionada por Pimentel

A Lei 21.720, que autorizava a utilização de depósitos judiciais pelo estado, foi sancionada por Pimentel em julho de 2015. A norma havia sido aprovada pela Assembleia Legislativa. De acordo com a lei, o estado poderia utilizar parte dos recursos dos depósitos judiciais em processos vinculados ao TJMG. Á época, os valores chegaram a R$ 5 bilhões. Em seguida, a lei mineira foi impugnada pelo Supremo Tribunal Federal por contrariar norma nacional.

Antes, no entanto, o estado travou uma queda de braço com o Banco do Brasil, que cobrou dívida R$ 1,5 bilhão. A instituição bancária afirmava, em comunicado enviado à Justiça, que o estado teria gasto o fundo de reserva destinado ao pagamento dos depósitos judiciais. O BB havia repassado ao estado até outubro de 2015 valores referentes aos depósitos judiciais do governo e de terceiros.

Tribunal notificou por recomposição

Em maio de 2017, o TJMG notificou Fernando Pimentel para a recomposição dos fundos para o pagamento dos alvarás judiciais. Ainda para auxiliar na solução do caso, o TJMG enviou correspondências para o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As duas instituições são responsáveis pela fiscalização dos serviços bancários no Brasil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Política
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