Ao convidar o vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo), para ser articulador político do governo, Romeu Zema comete mais uma sucessão de equívocos. O primeiro erro é, em vez de buscar ampliar o apoio político, como defende seu vice, Paulo Brant, Zema reforça aliança com seu próprio partido. O mesmo que o traiu duas vezes nesse momento de crise, além de engessar a gestão, política e administrativamente.
A direção do Novo pressionou Zema a vetar todos os reajustes a servidores em nome de programa que prioriza o ajuste fiscal. Como não obteve resposta, o partido acionou o Supremo Tribunal Federal para impedir a concessão do reajuste de 41,7% aos policiais mineiros. E, do ponto de vista político, não o deixa fazer alianças.
Infantes na política
Além da pequena experiência política de Simões, Zema escala um vereador para cuidar de deputados estaduais e que é inimigo do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para o cargo. Preconceitos à parte, o vereador é um quadro talentoso e preparado do partido, mas não para a articulação e conciliação. Como ele, o governador vai colocar outro infante na Secretaria de Casa Civil, pasta que recria, Igor Eto, atual secretário geral.
Tudo somado, Zema ignora e faz tudo ao contrário do que recomendou o vice-governador Paulo Brant, que, nesta quarta (12), desfiliou-se do Novo. Brant argumentou que a legenda tem atrapalhado o governo Zema. De acordo com ele, o Novo prefere zelar pelo programa partidário em vez de apoiar a coalizão política na Assembleia Legislativa. Essa nova base traria, na visão dele, governabilidade e condições de aprovação das reformas pretendidas.
Governabilidade fica em 2º plano
“O partido Novo no Brasil tem escolhido manter-se à margem das coalizões, com o intuito principal de zelar pelo seu programa partidário, deixando em segundo plano as exigências da responsabilidade política que priorizam a governabilidade e o funcionamento do Estado em benefício dos seus cidadãos”. Esse foi o teor do comunicado de desfiliação do vice-governador.
Brant observou ainda que, enquanto ele e Romeu Zema receberam 72% dos votos no 2º turno, a legenda teve desempenho pífio no Legislativo. Foram 3,7% dos votos para a Assembleia Legislativa e 4,6% dos votos para a Câmara dos Deputados. Em sua análise, o mineiro não votou no programa e na plataforma política do partido Novo. “Mas sim em uma chapa que lhe pareceu capaz de renovar as práticas políticas tradicionais e, principalmente, resolver os problemas da população”, avaliou.
“Não tenho dúvidas de que o processo de regaste da grandeza e da dignidade de Minas Gerais terá de ser o resultado de uma grande construção política, incluindo todos os mineiros de bem. Não será obra de um partido único”, apontou, lembrando que, dos três deputados do Novo, só uma votou a favor.
Comunicado de Brant na íntegra
“No sistema constitucional brasileiro, baseado num irrestrito pluripartidarismo, o principal dever de um governante democrático é a construção de uma maioria parlamentar que permita o funcionamento do governo.
Em Minas o governo eleito recebeu 43% dos votos no primeiro turno e 72% dos votos no segundo, elegendo-se com a mais ampla maioria. O Partido Novo, legenda do Governador e do Vice-Governador, na mesma eleição obteve apenas 3,7% dos votos para a Assembleia Legislativa e 4,6% dos votos para a Câmara Federal.
Os resultados eleitorais revelaram claramente que o povo de Minas não votou no programa e na plataforma política do Partido Novo, mas sim em uma chapa que lhe pareceu capaz de renovar as práticas políticas tradicionais e, principalmente, resolver os problemas da população que estão no âmbito das competências dos Estados federados.
“É preciso ampla coalizão”
O Estado de Minas precisa de grandes reformas para sair da crise que todos conhecem. Para isto é preciso que o governo articule uma ampla coalizão política que permita a aprovação das legislações necessárias.
O Partido Novo no Brasil tem escolhido manter-se à margem das coalizões, com o intuito principal de zelar pelo seu programa partidário, deixando em segundo plano as exigências da responsabilidade política que priorizam a governabilidade e o funcionamento do Estado em benefício dos seus cidadãos.
Por entender que nosso compromisso essencial é governar o Estado e resolver os problemas reais que afligem nossa população, decidi deixar o Partido Novo para poder cumprir na sua integridade os meus deveres políticos e constitucionais, colocando o meu Estado acima de tudo.
“Dogmas irrenunciáveis fecham portas à política”
Reafirmo a minha lealdade e meu apoio a este Governo, composto por homens de bem e liderado por um mineiro exemplar, na conduta ética, no compromisso com o bem comum e na competência de gestão. Romeu Zema!
Reafirmo também os meus valores e princípios que me conduziram ao Partido Novo. E também as minhas ideias, aqui me distanciando do Partido no que tange ao meu entendimento de que as nossas ideias devem ser contextualizadas e contrapostas às ideias diversas, num diálogo aberto e democrático, essência da boa política, e não serem alçadas à condição de dogmas irrenunciáveis, o que fecha as portas à política.
Não tenho dúvidas de que o processo de regaste da grandeza e da dignidade de Minas Gerais terá de ser o resultado de uma grande construção política, incluindo todos os mineiros de bem. Não será obra de um partido único. Paulo Eduardo Rocha Brant, vice-governador do Estado de Minas Gerais”
Insatisfação leva Zema a buscar substituto de Bilac na articulação política
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Tanto em Brasília quanto em MG está faltando articulação$$$$$$ política. O governo tem que saber tratar$$$$$ os deputados.
O Governo Zema enfiou os pés pelas mãos. Onde ja se viu voce não paga parte de seus funcionários, mas pra outros que voce ja pagou voce ainda da aumento. Adiou o IPVA para Março pois disse que quitaria o 13º em Março e agora põe culpa no corona virus. E se não tivesse o Niobio, ia pedir pra sair? Pra pagar parte dos funcionarios precisa do niobio mas pra dar “recomposição” pra segurança porque é cagão ai não precisa.
O vice governador quer que o governo abra as pernas para a Assembleia, que não pensa em Minas em nenhum momento, e sim em si próprios. O governo tem valores, tem princípios, que não são negociáveis. Os deputados, e o vice governador é que precisam entender isso.
Ele disse ” Não tenho dúvidas de que o processo de regaste da
grandeza e da dignidade de Minas Gerais terá de ser o resultado de uma grande
construção política”..não sei como se estão aumentando a divida publica com esses reajustes a certas categorias.