RRF vai transformar Minas em anexo do governo federal, adverte Affemg RRF vai transformar Minas em anexo do governo federal, adverte Affemg

RRF vai transformar Minas em anexo do governo federal, adverte Affemg

  • por | publicado: 04/01/2022 - 21:37 | atualizado: 07/01/2022 - 00:13

Sara Félix Teixeira toma posse na Affemg, foto Orion Teixeira

Ao tomar posse na Associação de Funcionários Fiscais de Minas (Affemg), a presidente Sara Félix Teixeira advertiu para os riscos da adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Especialista na situação fiscal do Estado, o posicionamento dela marcou a troca de comando e reafirmou a rejeição da entidade à medida pretendida pelo governo de Romeu Zema (Novo).

“Nesse sentido, continuaremos a alertar sobre medidas que, como o Regime de Recuperação Fiscal, possam transformar este Estado em uma autarquia sob o mando de pessoas que não conhecem as carências desse povo. Pessoas que não foram eleitas para administrar Minas Gerais e que minorarão os poderes de decisão do Executivo mineiro. E mais, que excluirão o poder de decisão do nosso Legislativo”, alertou Sara Teixeira, referindo-se à perda de autonomia que, segundo ela, a adesão impõe.

Impasse no Legislativo

O projeto de adesão de Minas ao RRF é de autoria da Secretaria da Fazenda de Zema e tramita a passos lentos na Assembleia Legislativa. O governo critica falta de vontade política dos deputados e estes apontam falta de transparência e de interlocução por parte do Executivo. O Legislativo encerrou o ano passado com os trabalhos suspensos em função do pedido de urgência do governador para a apreciação da matéria. A iniciativa impõe prioridade de votação desse projeto sobre quaisquer outros. Mas não há consenso entre os deputados sobre a necessidade de adesão de Minas ao programa por conta da melhoria da arrecadação estadual. Esse será o principal desafio político na reabertura dos trabalhos parlamentares em fevereiro próximo.

O RRF é um programa federal para estados quebrados, o que não é o caso de Minas. Permite a suspensão do pagamento do serviço da dívida, de cerca de R$ 800 milhões mensais, por nove anos. Em consequência, exige contrapartidas, como venda de estatais e congelamento de reajustes salariais e progressão nas carreiras do serviço público pelo mesmo período. A dívida de Minas com a União, que nunca foi auditada, está na casa dos R$ 140 bilhões, segundo o Ministério da Economia. O governo Zema alega que essa seria a única alternativa para sanear as finanças do Estado.

Aumento da receita apontada como melhor solução

A nova presidente ainda defendeu na manifestação, realizada em evento na noite da segunda (3), o investimento e valorização da arrecadação estadual como solução dos problemas financeiros. “Não descansaremos na busca pelo concurso público para o cargo de auditor fiscal. A urgência deve-se, não somente pela importância para a categoria, mas para a preservação da receita do Estado. Receita que propiciará termos um Estado sem a situação de pobreza, problemas sanitários e de analfabetismo, entre outras vulnerabilidades”. apontou.

Como sua antecessora, Maria Aparecida Meloni Papá, ela assumiu também o compromisso de combater iniciativas que atentem contra os serviços públicos e contra o modelo federativo. Em sua avaliação, é imprescindível reverter o quadro de desconstrução do serviço público e da imagem do servidor público.

LEIA MAIS: Adesão ao Regime de Recuperação Fiscal anula poder de Zema e da Assembleia

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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