A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cancelou o Certificado de Operador Aéreo – COA, da Itapemirim Transportes Aéreos (ITA). A companhia parou de voar, sem aviso prévio aos milhares de portadores de seus bilhetes, em 17 de dezembro. Saiu das rotas, portanto, seis meses após o voo inaugural.
O cancelamento foi baixado ontem (04/05) pela Gerência de Operações de Empresas de Transporte Aéreo da Anac. A agência reguladora do setor é vinculada ao Ministério da Infraestrutura.
O Grupo Itapemirim é controlado pelo empresário Sidnei Piva de Jesus, declarado apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Ele liderou, quase que pessoalmente, a criação da ITA. Por isso, também, desde a abertura do processo na Anac foi alvo de muitas denúncias na Justiça.
O cancelamento do COA significa, então, que a companhia não pode mais operar. Traduzindo: com essa empresa Piva não voa mais. Portanto, se desejar retornar ao setor, terá de criar outra voadora.
Após a suspensão, a Anac entendeu, entretanto, que a companhia área, após a suspensão do certificado, não cumpriu quesitos mínimos para retomar as operações. Portanto, adotou a punição definitiva.
Dono da ITA acusado de desviar dinheiro do Grupo Itapemirim
O empresário foi afastado pela Justiça de São Paulo do comando das empresas do Grupo Itapemirim no começo do ano. Logo depois, porém, a Justiça entendeu pela necessidade de seu monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Acusações contra Piva, principal acionista do Grupo Itapemirim, liderado pela Viação Itapemirim, incluem desvios de dinheiro para a criação da ITA. Os recursos seriam, portanto, para cumprir metas assumidas no Projeto de Recuperação Judicial (PRJ).
Rombo de R$ 2,2 bilhões, em 2016
As empresas do conglomerado, criado por Camilo Cola, no Espírito Santo, estão em recuperação judicial desde 2016. No início, os débitos superavam R$ 2,2 bilhões. Disso, mais de 90% em impostos.
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