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Exército compra blindados no meio das eleições

  • por | publicado: 30/08/2022 - 14:09 | atualizado: 01/09/2022 - 11:40

Imagem de blindado Guarani que a Iveco Defense Vehicles (IDV), de Sete Lagoas (MG), entrega ao Exército - Crédito: Divulgação Iveco/Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

O Comando do Exército afunila, em três semanas (21 /09), o processo de compras de 98 blindados 8×8 de combate de Cavalaria média sobre rodas: VBC Cav – MSR 8×8. As encomendas, a cargo do Comando Logístico e com exigências de entrega de instrumentos de alto grau de precisão de combate embarcados, podem saltar para 221 unidades.

O negócio, portanto, é avaliado como muito importante para o Exército. Além disso, invade o calendário da campanha e eleições presidenciais, em outubro. Além dessa licitação, o Comando toca outros projetos.

Os equipamentos 8×8 dariam a melhor formação de combate terrestre da armada. Isso, portanto, dentro das características comportamentais conhecidas dos comandantes militares brasileiros, é munição eleitoral para o presidente Jair Bolsonaro. Ex-militar do Exército, o chefe do Planalto joga com todas as armas por uma reeleição.

Vantagens de Itália e China

Entre os prováveis finalistas dessas compras, cujo processo começou a correr em março de 2021, aparecem:

  • Iveco (Grupo Fiat/Stellantis), em consórcio, da Itália;
  • General Dynamics Land Systems (GDLS), Canadá; e,
  • China North Industries Group Corp (Norinco).

A Iveco (Iveco Defence Vehicles – IDV) é fornecedor conhecido do Exército, no projeto Guarani e em outros contratos bilionários. Possui unidade fabril em Sete Lagoa (MG), no complexo industrial de caminhões, ônibus, vans e chassis. Além disso, o forte histórico do Grupo Fiat no segmento automotivo do país a partir a segunda metade do século passado.

Mas, não significa páreo ganho, pois, os concorrentes contam como trunfo a evolução aplicada em suas gerações de blindados. Além disso, pesa, a carteira atual de determinadas peças, caso da GDLS, com mais de 740 encomendas pela Arábia Saudita da peça oferecida ao Brasil nesta licitação.

A China, além do particular peso global economia, soma com a elevada tecnologia de seus armamentos.

Até o final do processo, então, as publicações especializadas em Defesa terão muito o que devorar. Para elas, pouco se importa o evento paralelo das eleições de 2022, cujas campanhas estão em curso.

Os contratos poderão ser na versão empresa-governo ou governo-governo. Até o presente, o Ministério da Defesa não tornou público o valor de referência dessa compra pelo Exército.

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Esse calendário de compras do Exército consta, portanto, que as empresas que aderiram ao requerimento de proposta (Request for proposal) deverão entregar ofertas e documentação até 21/09. A fase de análise será de 26/09 a 07 de outubro. Em 07 de outubro, o Exército divulgará a chamada short list: lista restrita de fornecedores em disputa.

A reta final, de fato, se dará nas negociações, que consumirão o período de 10 a 14 de outubro. Portanto, findarão antes da realização do 2º turno das eleições, em 30/10. O resultado final será divulgado em 25 de novembro. E por fim, prazo para assinatura do contrato será 28 ou 29 do mesmo mês.

Portanto, com o Bolsonaro reeleito ou não, as compras, pelo calendário atual, serão assinadas no atual Governo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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