Minas vira centro da disputa presidencial e do assédio eleitoral Minas vira centro da disputa presidencial e do assédio eleitoral

Minas vira centro da disputa presidencial e do assédio eleitoral

Com Tebet e Marina, Lula faz campanha na Grande BH, foto site Lula

Por conta de várias razões já tratadas aqui, segundo as quais quem vencer aqui ganha no país, Minas Gerais virou o centro da disputa nacional e do assédio eleitoral. O Estado possui o segundo maior colégio eleitoral do país, com 16,2 milhões de eleitores, além de ter características regionais semelhantes às de todo o Brasil. Bolsonaro já esteve aqui quatro vezes neste segundo, focando sua campanha junto a prefeitos e evangélicos, e ganhou como reforço de peso o apoio do governador reeleito Romeu Zema.

No primeiro turno, Zema (Novo) acompanhou a briga presidencial de cima do muro, agora, desceu e assumiu a coordenação de campanha de Bolsonaro em Minas. Juntos, estão recorrendo a todos os meios possíveis, com uso excessivo da máquina, para convencer os prefeitos e tentar virar o voto em Minas.

Bolsonaro fala com prefeitas mineiras em Brasília, foto site PL

Tentativa de neutralizar ofensiva

Lula teve estratégia mais acertada no 1º turno, ainda que isso tenha afetado seu candidato a governador, Alexandre Kalil (PSD), que saiu derrotado. Agora, Lula está sem palanque e aliado neste segundo turno em Minas. Voltou, nesta sexta (21) pela, segunda vez, ao estado para neutralizar o crescimento de Bolsonaro, especialmente no segmento evangélico.

O petista divulgou carta aos evangélicos comprometendo-se com pautas e contestando fake News das quais é acusado de que irá fechar igrejas, liberar drogas e autorizar abortos. Mas foi tímido, porque não quer transformar a disputa numa guerra religiosa. Além de prefeitos, líderes religiosos e Zema, Bolsonaro tem tido apoio de patrões que pressionam funcionários e até não funcionários a votar em Bolsonaro.

Campeão do assédio

Minas é o estado com maior número de denúncias de assédio eleitoral por parte de empresários, que, sem qualquer limite, pressionam empregados, insinuando de demissões a boicotes. A nove dias da votação de 2º turno, o Ministério Público do Trabalho contabilizava 295 registros. O segundo estado com mais denúncias é o Paraná (123), seguido por Santa Catarina (113).

Passei nesta semana por um município do Vale do Jequitinhonha, região produtora de morangos, e parei na estrada para comprar alguns. Perguntei para vendedora ambulante para saber como estava a eleição. Ela ficou reticente e não quis muita conversa. Insisti e ela disse que não queria falar para não perder mais fregueses. Perguntei por quê?, e ela contou que, um dia antes, um senhor lhe perguntou em quem iria votar, ela não quis falar por conta da mesma estratégia de não se indispor. O homem não teve paciência e disse-lhe que “com essa cara, você vai votar no  Lula”, e ainda a insultou. Ela sentiu-se ofendida e reagiu dizendo que votou mesmo no petista e que iria votar de novo. Ele a xingou, acelerou o carro e diz que não compraria mais dela e divulgaria para seus amigos a fazer o mesmo. Detalhe, ela não era funcionária dele, mas uma vendedora que ganha a vida vendendo morangos na estrada.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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