Governo Zema está perdido na negociação da dívida de Minas Governo Zema está perdido na negociação da dívida de Minas

Governo Zema está perdido na negociação da dívida de Minas

Zema busca caminhos já superados na recuperação fiscal , foto Cristiano Machado/ImprensaMG

Ansiedade, desconfiança e a desconexão da realidade levam o governo Zema a cometer erros e trapalhadas na condução das negociações da dívida de R$ 160 bilhões junto ao governo federal. Por isso, está com dificuldades para apresentar suas demandas na operação denominada encontro de contas e avaliação de estatais. Agora, fala em pedir prazo maior, além dos 120 dias conquistados junto ao Supremo Tribunal Federal. Deixa de fazer a boa política e de diálogo, ao mesmo tempo em que ignora os verdadeiros interlocutores da operação.

Numa agenda confusa e desconexa, o governador Zema abriu o ano reunindo-se com o secretário do Tesouro Nacional, quando a audiência deveria ser com ministro ou presidente da República. Saiu de lá menor e arrependido. Depois, o governo diz que irá ao STF pedir mais prazo numa demonstração de ansiedade combinada com inabilidade política e administrativa.

Prazos são políticos

Primeiro, o mesmo Supremo acabou de conceder, no final de 2023, o prazo de 120 dias, solicitado pelo próprio governo mineiro, com aval do governo federal e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. A Advocacia Geral do Estado deverá desaconselhar. Segundo, a medida, se necessária, deveria ser precedida de entendimentos das partes que integram a negociação.

O governo precisa entender que os prazos não são técnicos, de estudos longos, mas políticos, de entendimentos que superam as dificuldades dos primeiros.

Aliança com outros estados

Nos próximos dias, o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB), deverá se reunir com o presidente do Legislativo do Rio de Janeiro, para selar o pacto pela renegociação da dívida dos estados. A iniciativa deverá envolver os estados mais endividados para que apoiem a proposta alternativa de Rodrigo Pacheco pela renegociação da dívida de Minas. A medida pode favorecê-los também ao mesmo tempo em que fortalece e sustenta a proposta que irá tramitar no Congresso Nacional. Além do Rio, o modelo poderá ser adotado pelo Rio Grande do Sul e Goiás, que já aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal e continuam quebrados, e São Paulo, o maior endividado.

(*) Publicado no jornal Estado de Minas

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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EconomiaPolítica
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