O Governo e a sociedade caminham abraçados e perdidos no quesito da elaboração de uma matriz de plano consistente no socorro ao Rio Grande do Sul. Mas, há algumas semanas, uma referência se consolida dia a dia: a conta de hoje superaria os R$ 200 bilhões. Outra constatação: o presidente Lula e o PT, de forma oportunista, batem o carimbo de fundo partidário em cada centavo saído do Tesouro Nacional e estatais. Ou seja, é o dinheiro público dando carona aos projetos do Planalto para as eleições municipais de agora e puxadinho gigante até o pleito presidencial, em 2026.
O estado gaúcho está submerso em tragédias das enchentes iniciadas no final de abril. A situação ainda se reflete até hoje, mesmo com a trégua das chuvas torrenciais.
As contas preliminares (e inconsistentes), até meados de maio, dentro e fora dos governos federal e estadual, apontavam para R$ 100 bilhões. Consideravam basicamente leituras fotográficas para perdas econômicas, nas cidades e zona rural, infraestrutura de transporte (rodoviário, ferroviário, portuário e aeroportuário) e demais serviços públicos (saneamento, escolas, hospitais). Moradia era o item mais frágil. Tudo, entretanto, girava no universo do chutômetro administrativo. Relembre AQUI.
O país entra junho tal qual começou a acompanhar o início da tragédia no RS. Sem rumo, sem um norte. As autoridades públicas fazem discursos aventureiros. Lula criou até um ministério. Colocou na cadeira o ex-secretário de Comunicação do Planalto, Paulo Pimenta. Ele tem, portanto, cara, cor e cheiro de pré-candidato do petista ao Governo do Estado. Pimenta incorporou a candidatura.
Arroz estatal na quota do fundo partidário extra do PT
A ausência um bureau unificado para elaboração de projeções seguras para uma operação de guerra pelo RS é o retrato fiel do eterno caos administrativo municipal, estadual e federal no Brasil. Não se exige, neste momento, um cálculo matemático final dos investimentos para reerguer a economia (lavouras, indústrias e comércio) e a vida social (moradias, escolas, hospitais, segurança, …) Estado. Mas está exagerada essa janela para quem deseja aparecer na tragédia, além do desvirtuamento nos anúncios dos gastos, empacotados com motivos partidários.
O jornal Valor, em 10 de maio, por exemplo, fez um desfile de prognósticos. Subiam escadaria vários palpiteiros de plantão. Passavam fácil pelos dos R$ 50 bilhões, R$ 90 bilhões, R$ 100 bilhões, R$ 150 bilhões.
Maio se foi e deixou o lance da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). A Divisão de Economia da federação apresentou dois palpites. O olhar otimista da entidade para a chamada “reconstrução” do Estado exigiria R$ 110 bilhões. O pessimista, porém, pressionaria com mais 60%, para R$ 176 bilhões. A Federasul, em seu portal, informa representar 190 entidades setoriais gaúchas com base sobre 90 mil empresas.
Esses bilhões, no ritmo que crescem, logo saltarão a marca dos R$ 200 bilhões, turbinando manobras políticas de toda natureza do Planalto. Entre elas, o arroz importado. O cereal será empacotado e vendido com o brasão da República e o carimbo com slogan do Governo.
Desafio de Carmem Lúcia até 2026
O descontrole nas informações e as enxurradas de palpites não cessarão. Avançarão acelerados sobre o calendário das eleições municipais, em 06 de outubro, ou seja, daqui a 124 dias.
Lula, PT e partidos aliados, claro, jogarão isso para dentro de suas campanhas. Têm em mãos o sonho de formar o maior fundo partidário nunca imaginado neste país.
Esse portanto, o enredo do mega desafio para a recém-empossada presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia (Cármen Lúcia Antunes Rocha). Ela lidará com isso até o minuto final da entrega do comando, maio de 2026.
Um fardo extra, portanto, além dos listados por Cármen Lúcia no discurso da posse (03/06). Será perene, daqui até quatro meses do pleito de 2026, da escolha de deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República.
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