Na próxima quinta (10), audiência pública na Assembleia Legislativa vai discutir o decreto de Zema (Novo) sobre o Programa das Escolas Cívico-Militares nas escolas estaduais de Minas. O tema deverá ser a polêmica da semana.
A Secretaria de Estado de Educação enviou consulta às comunidades escolares sobre o interesse das unidades da rede estadual em aderirem ao programa. Um comunicado com orientações foi enviado às Superintendências Regionais de Ensino (SREs), solicitando que a decisão seja tomada até o dia 18 de julho. A consulta abrange mais de 700 escolas, das quais 95 estão localizadas em BH.
A iniciativa irá substituir projetos pedagógicos e a autonomia das comunidades escolares por uma lógica hierárquica baseada numa presença ostensiva de militares. O modelo é polêmico. As escolas cívico-militares são instituições públicas com gestão compartilhada entre educadores e militares, voltadas para os anos finais do Ensino Fundamental e/ou Médio. Professores atuam no ensino e militares, geralmente da Polícia Militar ou Forças Armadas, na gestão educacional e disciplina.
E mais: o custo desse modelo é três vezes maior do que o das escolas públicas estaduais e prioriza a contratação de militares reformados. Tanto é que não há notícia de escolas cívico-militares em todo o país. Entre os deputados, a medida é avaliada como eleitoreira, feita sob medida para atrair o eleitorado da extrema direita. Zema é pré-candidato a presidente, a vice ou ao Senado nas eleições do ano que vem. O vice-governador Mateus Simões (Novo) é pré-candidato a governador. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) poderá barrar a medida. Já foi provocado e deve se manifestar nos próximos dias.
Novo bagunça Simões
A existência de duas campanhas diferentes no governo mineiro levou o partido Novo a ‘intervir’ no marketing eleitoral do pré-candidato a governador Mateus Simões. Enquanto Simões e equipe buscavam puxar a campanha para o centro, lideranças do Novo o empurraram para a extrema direita e o bolsonarismo, como aconteceu na visita do ex-presidente a BH no fim de junho. Parte da legenda quer Simões colado a Bolsonaro, mas o marketing dele discorda.
Imóveis sangram o governo
Lançados como bode expiatório para encobrir a privatização de estatais, a lista de mais de 340 imóveis que o governo Zema colocou à venda ou à federalização para o pagamento da dívida virou tiro no pé. Como a tentativa de se livrar da Universidade Estadual (UEMG), a lista de imóveis também virou sangria para o governo. Quanto mais o assunto entra em pauta maior é o desgaste do governo estadual. Basta ver as redes sociais e a avaliação de Zema.
Zema veta prefeito do Serro
O governador inaugurou em Serro (Alto Jequitinhonha), na última quinta (3), alça viária que liga as rodovias MG-010 e CMG-259, para melhorar o tráfego na região. O evento contou com a presença de Zema e da presidente da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, que patrocinou a obra, e de autoridades locais. Zema, no entanto, vetou o convite ao prefeito da cidade, Nondas Miranda (PL), porque ele foi secretário do antecessor, Fernando Pimentel. Em solidariedade a ele, vários prefeitos da região boicotaram o encontro.
Maioria não sabe avaliar Damião
Na pesquisa Opus que o Estado de Minas divulga hoje, a maioria (34%) não soube o que dizer sobre a gestão do prefeito de BH, Álvaro Damião (União). No campo positivo, 3% avaliam como ótimo e 22%, o consideram bom, totalizando 25%; no negativo, 5% o classificam como ruim e 11% como péssimo. Não é apenas desconhecimento sobre o novo prefeito da capital, que é conhecido por 44%, talvez, a falta de um projeto de governo definido também pese.
Indicação da China
Nomeação atribuída ao vereador Pedro Rousseff (PT), há 30 dias, o novo assessor de Relações Institucionais da Prefeitura de BH é o chinês naturalizado brasileiro, Qu Cheng. Ele deverá ter mais facilidade de reunir-se com membros do governo chinês, com a tia do vereador e presidente dos Brics, a ex-presidente Dilma Rousseff, do que com integrantes do governo norte-americano.
Alencar é favorito ao TCE
Com o aval de 73 dos 76 colegas, o deputado estadual Alencar da Silveira (PDT) deverá ser o candidato único de uma das três vagas a conselheiro do Tribunal de Contas do Estado pela Assembleia. A inscrição termina nesta quarta (9). Sargento Rodrigues (PL), que assinou a lista de Alencarzinho, também quer se candidatar, mas deverá desistir ao constatar que o concorrente terá apoio do presidente da Assembleia, Tadeu Leite (MDB).
América perde o presidente
Alencarzinho tem apoio até de ex-deputado. Seu primeiro suplente, Carlos Pimenta, ligou oferecendo apoio, mas foi dispensado pela baixa popularidade entre os colegas. Alencarzinho disse que não busca aposentadoria fácil, e que, como conselheiro, irá investir na conciliação. Após dois mandatos como vereador de BH e oito como deputado estadual, ele já tem aposentadoria integral da Assembleia. A eleição será no dia 10 de agosto. A partir daí, ele deixa de ser também presidente do América Futebol Clube.
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