Algar Telecom S/A, de Uberlândia, segue seus negócios e busca mais R$ 350 milhões, via emissão de novas debêntures, dia 10 de outubro. Enquanto isso, o CEO do Conselho de Administração, Luiz Alexandre Garcia, não torna público se topou ingressar no Secretariado do Governo Zema. O convite do governador Romeu Zema é para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. O atual titular da pasta, Manoel Vitor Mendonça, está demissionário (a pedido).
Sem nada com isso, a Algar Telecom, principal empresa do Grupo Algar, segue sua vida. Nesta sexta (27/09), reapresentou a informação à B3 (Brasil, Bolsa Balcão – Bovespa) de autorização do Conselho de Administração para a 9ª emissão de debêntures. O procedimento se deve ao registro da Ata do Conselho na Junta Comercial. Serão debêntures simples (não conversíveis em ações do capital), em duas séries. Terão valor unitário de R$ 1 mil.
Os vencimentos das séries serão para cinco anos, em 10 de outubro de 2024, e sete, 10 de outubro de 2026. Respectivamente, terão remuneração de CDI+070% ao ano, e, a segunda, o máximo de 0,85% a.a. A data 10 de outubro é emblemática para o Grupo Algar (veja no pé desta matéria)
Segunda oferta de debêntures em 2019
A colocação das debêntures será por “esforço restrito” (não pública). Essa modalidade de oferta dá ganho de tempo e agilidade: menos advogados e técnicos, sem os books de normas nem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É, portanto, direcionada a um número restrito de investidores, os “super qualificados”: institucionais, fundos, e, mínimo investido de R$ 1 milhão. A instituição financeira coordenadora da oferta não pode, então, ir além de 50 investidores. Os recursos captados serão “utilizados para o financiamento de investimentos da Companhia (CAPEX)”, diz a Ata da Reunião do Conselho
Em fevereiro, Algar Telecom fez a 8ª emissão. Também de R$ 350 milhões. “8ª emissão pública de debêntures da Algar Telecom teve demanda 5 vezes maior que o volume ofertado (R$ 350 milhões) e alocação de 31 investidores”, relatou a companhia na apresentação dos resultados do Primeiro Trimestre de 2019. Essa captação pesou no endividamento bruto da companhia, que chegou, no final de março, em R$ 2,209 bilhões (15,8% superior à contabilizada em 31 de março de 2018). Também foi em duas séries, sendo a primeira com prazo de cinco anos. Respectivamente, terão remuneração de CDI+0,60% ao ano, e, a segunda, de sete, máximo de CDI+0,90% a.a.
Algar por um Estado falido
Há duas correntes claras de apostas quanto à possibilidade de Luiz Alexandre integrar o Governo Zena. Uma, de forma absoluta, deposita fichas de que o empresário não sairia de um grupo sucesso de gestão administrativa, dos negócios (mercado e financeiro) e de resultados para os acionistas, para se submeter ao desgaste do primeiro escalão de um Estado falido.
A outra, que alimenta alguma expectativa, acredita, no entanto, que o fator idade de Luiz Alexandre (o Luiz é do nome pai, Luiz Alberto Garcia, e, Alexandre, do avô e fundador do Grupo Algar, Alexandre Garcia) permite essa aventura. E até que ele poderia tentar repetir, em Minas, o que é João Dória, governador relâmpago de São Paulo. O paulista disputou sua primeira eleição há menos de três anos. Se elegeu prefeito e, antes da metade do mandato, saiu para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
Zema também: saiu direto das empresas para o governo. Mas é difícil se imaginar a política mineira com dois empresários seguidos no Palácio da Liberdade.
Um ‘jovem’ no conforto do sucesso
Mas ocorre que o empresário do Triângulo Mineiro, ao 54 anos de idade, dos quais 13 como CEO do império criado pela família, continua mordido pelos dividendos que comando das empresas Algar proporcionam. Recentemente conquistou mais um reconhecimento. Em 19 de agosto, recebeu o título de “Homem das Comunicações 2019”, concedido pela Associação Brasileira das Empresas de Engenharia e Profissionais das Telecomunicações (Aberimest).
Fato é que são apenas apostas. De concreto, mesmo, há um Estado falido precisando de gerentes e isto: a resposta de Luiz Alexandre se tornará pública de hoje até quinta-feira (03/10). Mais concreto ainda: Zema tem pressa em tapar buracos, nas finanças e nos comandos da administração do Estado.
(*)Uma máquina de beneficiar arroz, criada em 10 de outubro de 1930, foi a primeira empresa do grupo Algar cujo nome é formado pelas inicias de seu fundador, Alexandrino Garcia: um homem visionário, a frente de seu tempo, com uma capacidade extraordinária de superar desafios e genuíno compromisso de trabalhar para servir as pessoas (sic – “Algar – como tudo começou”).
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Algar goza de muito prestígio na área em que atua. Acho uma fria seu CEO aceitar participar na gestão de um Estado falido.
E de um governador pífio