O Comando do Exército comprará da norueguesa Nexans Norway AS item elementar nas telecomunicações: cabos de fibra óptica. Isso, portanto, certifica o atraso do Brasil na área. A compra é para o Projeto Amazônia Conectada. Essa importação atesta, ainda, incapacidade da indústria nacional para atender especificações do Projeto. Assim sendo, coloca o ‘bode na sala’ dos departamentos do Instituto Nacional de Telecomunicação (Inatel), de Santa Rita do Sapucaí, o “Vale da Eletrônica”, como provedor de soluções tecnológicas. A provocação cabe.
A compra ratificada, em 24/12, por “inexigibilidade de licitação” e sob a responsabilidade do Ministério da Defesa, dá, dessa forma, exclusividade à Nexans nesse atendimento. O contrato é de US$ 3,569 milhões – R$ 14,311 milhões, no câmbio de 31/12/2019.
“Justificativa: caracterizada na inviabilidade de competição na aquisição em tela”. É isso que consta no Processo 65332.022564/2019-13-CCOMGEX, de 23 de dezembro, do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX).
O Despacho Nº 213, de 24/12/2019, que ratificou a inexigibilidade da licitação foi assinado pelo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol. O Projeto foi criado em 2015 pelo Governo Federal via Portaria Interministerial Nº 586. O objetivo é expandir a base regional da infraestrutura de comunicações e viabilizar o Programa Nacional de Banda Larga na Amazônia. Sob coordenação do Ministério da Defesa, envolve também o da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).
O Programa tem um Comitê Gestor: Comando do Exército Brasileiro, Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, MCTIC e Telebras S.A. Cabe ao Exército o Projeto Infovias (“infraestrutura física componente do todo”). Ou seja, executar a engenharia de instalação da “infraestrutura óptica subfluvial nos leitos de rios da região Amazônica”.
Em 2017, o Projeto Amazônia Conectada tinha orçamento de R$ 40 milhões. O Comitê Gestor, porém, reivindicava R$ 70 milhões. Em julho do ano passado, na pasta do MCTIC e com outro nome – Projeto Amazônia Integrada e Sustentável (PAIS) – o orçamento do Projeto ficaria entre R$ 230 milhões e R$ 300 milhões. E tratava da colocação de mais de 6 mil km de cabos de fibra óptica.
A Nexans Norway é líder em cabos de energia, telecomunicações, instalações e aquecimento na Noruega. No mercado global, é um dos principais fornecedores de cabos de controle offshore e cabos submarinos de alta tensão. Subgrupo da Nexans, da França, a empresa desenvolve engenharia, fabrica e comercializa cabos submarinos, terrestres e marítimos.
Em casos assim, as indústrias do “Vale da Eletrônica” deveriam colocar o link atrás da montanha. Isto é, sair de dentro dos laboratórios e olhar bem mais para o mercado. Pisar nos calos do Inatel, que é Unidade Embrapii de Comunicações Digitais. É homologada como de excelência pela estatal Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Portanto, o Inatel, além de ir para dentro das fábricas, sentir o cheiro do mercado, não pode cometer determinados equívocos em suas informações. Por exemplo: no site institucional, dentro do link do ICC – Inatel Competence Center – https://www.inatel.br/icc/embrapii. A Embrapii é nominada como “Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial”. Não. Pelo contrário, a Embrapii, está no nome, é uma empresa. E bem mais: possui dotação orçamentária em caixa. Tem, assim, dinheiro para atender bons projetos de inovação da indústria, podendo bancar até 80% do custo. Ou seja, seus recursos não são atingidos pelos contingenciamentos do Planalto.
A Embrapii tem o propósito de repetir, na indústria, o sucesso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Assim sendo, homologa apenas um centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (P,D&I) por área. Isto é, a unidade, dentro da ainda capenga realidade brasileira, precisa ser de extrema competência.
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Achei até barato pela quantidade de cabo que será utilizado. Se fosse feita pelas empreiteiras que saquearam o Brasil junto com muitos políticos só de cabeamento iam pedir uns 100 milhões de reais, pagariam 14 pelo cabo e o resto dividiriam com apadrinhados.
Exatamente, graças a Deus que nossos governantes tem observado a capacidade e responsabilidade do EB na construção ,gerenciamento e controle de obras e serviços de uso dual ou civíl.
Entendo que o Brasil está atrasado nesse quesito. Mas achei sua crítica ao Inatel tão "lógica" quanto criticar uma construtora por não fabricar e vender tijolos.
Uma construtora vende seu serviço de projetar e construir, adquirindo matérias primas de terceiros para tal. Analogamente, o Inatel é uma instituição de ensino, pesquisa e prestação de serviços na área de telecomunicações, não uma fábrica. Lembre-se que a Apple nem fabrica o próprio iPhone.
Também compreendo que os custos do cabo foram competitivos. Não é uma questão a ser resolvida apenas pela INATEL, mas deve-se observar o contexto do País. O custo Brasil influencia o preço do cabo quando adquirido do mercado interno. Fora a questão da padronização. Pelo que sei, o Exército já utilizou cabos da Nexans nos estágios anteriores: me parece coerente.
Oii estava navegando em seu blog e encontrei diversos artigos interessante como este.
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