American Airlines faz band aid de R$ 1 bi na Gol

  • por | publicado: 07/02/2022 - 12:16 | atualizado: 24/08/2022 - 13:37

Gol e American manterão acordo preferencial, no mercado brasileiro, por três anos - Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A Gol (Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A.), quebrada financeiramente, receberá socorro de US$ 200 milhões (R$ 1,059 bilhão) da American Airlines (AA). Com essa grana, a norte-americana colocará um representante no Conselho de Administração da Gol. No acumulado dos nove meses de 2021 (9M21), a companhia da família Constantino registrou prejuízo líquido acima de R$ 4,3 bilhões.

O negócio, conforme “compromissos definitivos” fixa exclusividade para os negócios da AA no Brasil. A consolidação dos termos será via aumento de capital, com emissão de 22,2 milhões de ações preferenciais, pela empresa brasileira. A subscrição do valor, esclareceu a Gol, representará a transferência para a AA de 5,2% dos “direitos econômicos derivados das ações” do capital. Portanto, a companhia de fora passa a ditar para onde a gestão da brasileira deverá decolar até o começo de 2025, pelo menos (ver abaixo).

O comunicado da Gol, desta segunda (07/02), não especifica a destinação do capital a ser injetado pela AA. Em novembro, a brasileira definiu assim as trativas em curso: “Expansão do acordo de cooperação comercial com a American Airlines: Em setembro, a GOL assinou uma carta de intenções para expandir sua cooperação comercial por meio de um acordo de codeshare exclusivo com a American Airlines. A parceria terá duração de três anos e o seu escopo supera os termos do contrato anterior”.

Em abril de 2021, a companhia não voava em céu de brigadeiro. Mesmo assim, insistia que tinha fôlego para atravessar turbulências externas (recesso global causada pela pandemia o novo coronavírus – Covida 19) e internas (política do Governo Bolsonaro). Reveja, porém, no link abaixo, qual era situação:

Gol diz que tem solidez, mas falta vacinar o povo

Endividamento da Gol

No relatório do balanço do 3T21, a Gol apresentou o seguinte destaque: “Gestão de Passivos: Com o Retap da emissão de notes sênior garantidas com vencimento em 2026 no valor total de US$150 milhões, e o refinanciamento de R$ 1,2 bilhão de dívida bancária, a GOL conclui o reperfilamento de mais de R$ 3,3 bilhões de vencimentos no curto prazo”.

Receitas estáveis; prejuízo menor

No período 9M21, a companhia realizou receita de R$ 4,511 bilhões, mesmo patamar do 9M20, de R$ 4,80 bilhões. Mas, ainda amargou prejuízo líquido, de R$ 4,374 bilhões, porém, menor 26,6% que o do período comparado, de R$ 5,954 bilhões.

Patrimônio líquido negativo

Mas outra rubrica feia naquele balanço foi a do patrimônio líquido, negativo R$ 18,279 bilhões. Portanto, 32,7% acima.

A Gol agendou para o dia 17/02, a apresentação dos resultados do 4T21 e o consolidado de todo o exercício fiscal de 2021.

O comunicado da Gol detalha que o acordo, porém, precisa cumprir etapas relevantes. Entre estas, por exemplo, respeitar o exercício de preferência dos atuais acionistas e aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Quem controla a Gol

O controle acionário da Gol é detido pelo MOBI Fundo de Investimentos em Ações, com 100% das ações ordinárias, e, 41,72%, das preferenciais. Portanto, tem 94,23% do capital total (posição de 19/01/2022).

Companhia completou 20 anos em 2021

A empresa, criada em 2001 pela família de Nenê Constantino, tem também parcerias com a France-KLM e ocupa a posição de maior companhia comercial aérea no país. Opera frota de 127 aeronaves Boeing 737 e emprega 15 mil pessoas.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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