Ampliação de barragem de rejeito; olho no Copam - Além do Fato Ampliação de barragem de rejeito; olho no Copam - Além do Fato

Ampliação de barragem de rejeito; olho no Copam

  • por | publicado: 20/09/2022 - 11:16 | atualizado: 23/09/2022 - 10:37

A Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, seis meses antes da tragédia de 25 de janeiro de 2019. Em 2018, as barragens daquela mina da Vale S.A. receberam do Copam e Feam (Governo de Minas Gerais) licenciamentos por mais dez anos - Foto: Redes Sociais/Semad MG

Barragem de rejeito de minério é sinônimo de problemas constantes nas mineradoras instaladas em Minas Gerais e tormento para as comunidades. Na próxima reunião (30/09) da Câmara de Atividades Minerárias (CMI), figuram barragens e pilha de rejeitos de minérios. A CMI é vinculada ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

O temor advém das tragédias de maior proporção dos últimos anos. Todas com origem em rompimentos de barragens de contenção de rejeitos de minério de ferro.

Casos mais graves foram na Samarco Mineração, em Mariana (19 mortos), e Vale, em Brumadinho (272 – quatro corpos ainda não localizados), respectivamente, em 2015 e 2019. Samarco pertencente à Vale e à BHP Billiton.

O mais recente, em 08 de janeiro deste ano, na Vallourec Mineração, em Brumadinho. A lama de minério de ferro da barragem que se rompeu cruzou as pistas da Rodovia BR-040, próximo ao trevo de Ouro Preto.

Via assessoria (identificada nesta quarta – 21/09), a Vallourec negou o “rompimento”. Alegou que, por conta das chuvas, houve “transbordamento” de rejeitos. “Assim, indicamos a utilização do termo “transbordamento no dique” no lugar de “rompimento” (sic).

Não houve vítimas no local. Entretanto, uma família que viajava de automóvel, ao mudar o itinerário, em função da interdição da BR, na Vallourec, foi arrastada por deslizamento de encosta, na Serra da Moeda. Todos ocupantes morreram.

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Mosaic pediu ampliação de barragem

Na pauta da próxima reunião da CMI, entretanto, não figuram processos em favdas grandes mineradoras, principalmente de extração de ferro.

Mas, figuram licenciamentos para ampliação de barragens e pilhas de estéril. A Mosaic Fertilizantes P&K Ltda, em Araxá, por exemplo, solicita ampliação da barragem de contenção de resíduos e rejeitos. Em 2018, a Mosaic assumiu as operações da Vale Fertilizantes.

Entre outros pedidos, da Pedreira Um Valemix Ltda (pilhas de rejeitos), Santa Bárbara; Salitre Fertilizantes Ltda (barragem de contenção de resíduos e rejeitos e pilhas), em Serra do Salitre; e, Mineração Riacho dos Machados Ltda (barragem de contenção de resíduos e rejeitos e pilhas), em Riacho dos Machados e Porteirinha.

Copam reflete a política do Governo de MG

O Copam é órgão ambiental máximo em licenciamentos ambientais em Minas Gerais. É um colegiado, ou seja, com representação multissetorial. Entretanto, embute enorme peso decisório da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

As decisões da CMI, portanto, são as determinadas pelas diretrizes políticas do Governo do Estado. Não há, então, como descaracterizar isso. Ou seja, as responsabilidades, em primeiro grau e em todos aspectos, são da administração estadual, o licenciador e, em tese, o fiscalizador.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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