Bardella pede recuperação e, sem ser um ponto fora da curva, como a Odebrecht, acende luz amarela para indústria. Tradicional no setor de bens de capital, a Bardella S.A Indústrias Mecânicas não executa contratos diretos para governos. Em dificuldade há três anos, na sexta (26), solicitou cobertura da Justiça, para evitar ajuizamentos de falência de credores de R$ 387 milhões. Fundada em 1911, a empresa de Sorocaba (SP), amarga três exercícios fiscais de prejuízos.
A situação da Bardella é diferente da Odebrecht. Esta, com dívidas totais de R$ 98 bilhões, solicitou (17 de junho) recuperação para débitos de R$ 65,5 bilhões. Grupo empresarial líder do país, a Odebrecht é, também maior envolvida nos escândalos apurados pela Operação Lava Jato. Contudo, Bardella vem de duas recaída de longa duração em 20 anos.
Do mesmo segmento da Bardella, mas voltada à produção sucroalcooleira, a Dedini S.A Indústria de Base entrou em recuperação judicial em fevereiro de 2017. Fundada em 1920, ficou 18 meses em negociação com credores de R$ 300 milhões.
Também na produção de café
Atrás da Odebrect, a operadora Oi ostenta o segundo maior pedido (junho/2016) de recuperação do país: R$ 64 bilhões. A empresa, na época, tinha débitos de R$ 65 bilhões. A empreiteira, contudo, teria até R$ 83,6 bilhões sujeitos à recuperação.
Mas não é só a indústria urbana que padece em desempenho produtivo. Em abril, o Nº 1 dos cafezais, João Faria da Silva, dono da Terra Forte, foi golpeado pela recessão. Saiu, em quatro anos, de faturamento R$ 1,5 bilhão, em 2014, para dívidas de R$ 1,1 bilhão. E pediu recuperação judicial. Dono de sete fazendas em Minas e São Paulo, chegou a colher safras 180 mil sacas de café (100 mil, em 2018). Nas operações de comércio internacional, respondia por 7% dos embarques do país.
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