O Governo Romeu Zema (Novo) não conseguiu, até aqui, pavimentar a âncora de campanha: privatizar, principalmente a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). E dificilmente terá clima político para tal em 2022, por dois motivos políticos. Primeiro, porque o tema é tempero ruim em ano eleitoral. E, segundo, por ser o 70º ano da fundação da Cemig.
Além disso, a companhia foi criada pelo político mais emblemático de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek. JK foi prefeito de Belo Horizonte (nomeado, em 1940-46), governador (eleito – 1951-55) e presidente da República (eleito 1956-61).
Há, desde o início da administração Romeu Zema, um mexidão de bagunça político-econômica no Executivo de Minas. Além da Cemig, entra nessa panela a outra estatal privatizável pelo governador, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). São companhias de capital misto, ou seja, as ações do capital social estão listadas na B3 (Brasil. Bolsa. Balcão). Ambas criadas por leis. Portanto, é preciso desmontar as leis dentro da Assembleia Legislativa, quintal no qual Zema não cisca fácil, desde a primeira hora à frente do Estado. Relembre AQUI em matéria de RICARDO CAMPOS, de 16/07/2019.
Então, fechando a caderneta dos secos & molhados, fiados, Romeu Zema comeu 30 dos 48 meses atolado na principal bandeira: vender ativos.
Em 2018, com privatizações no programa de seu governo, atraiu grupos econômicos de peso no Estado: Localiza(maior da América Latina em locação de veículos – automóveis e pick-ups), MRV(maior empreiteira predial da América Latina) e Algar(forte em telecomunicações). Mas, no 1º ano, já largavam Zema na poeira.
No momento, apenas o fundador da Localiza, Salim Mattar, fez um retorno meia sola na administração estadual. Mas, mas sem compromissos (sem envolvimentos) de frente. Salim foi secretario Nacional de Privatização do Governo Bolsonaro. Relembre AQUI o desembarque dele.
De sua parte, a Assembleia se mostra inócua, pois encara o governador apenas pela pauta das privatizações. Negou ferramentas para Zema vender Cemig e Copasa.
Passadas no balcão, renderiam, em bom negócio, R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões líquidos (parte acionária) para o Tesouro do Estado. Ou seja, grana suficiente apenas para pôr um fim nos parcelamentos dos salários dos servidores da administração direta. Os do Judiciário, Legislativo e Tribunal de Contas do Estado recebem em dia.
Passadas no papel Cemig e Copasa, portanto, não gerariam sobras de caixa para investimentos. Se depender daí, continuaria no ponto zero.
De sua parte, os deputados foram incompetentes naquilo que mais gostam. A Assembleia não emplacou contra o Executivo uma só Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) parruda para a sociedade, de conquistas sustentáveis. Todos ensaios tiveram foco em prováveis irregularidades na Cemig. Mas viraram perfumaria de rodoviária. Só agora essa cantilena de uma nota só parece fazer fumaça (ver abaixo).
MATÉRIA RELACIONADA:
Nesta semana um dos tantos pedidos de CPIs para investigar gestão na Cemig adquiriu forma. O conteúdo é um rosário de acusações conhecidas: falta de transparência da Diretoria, alienação de ativos sem critérios técnicos, contratações de serviços sem abertura de Edital etc.
Nesse sentido, ontem (17/06), os deputados fincaram a bandeira, desfraldando duas âncoras: alienações das ações da Cemig nas elétricas Light e Renova. Além disso, a provável oferta da Taesa. Veja nas matérias relacionadas a seguir:
Até então, portanto, a CPI que preocupava Zema estava no outro lado da fronteira de Minas. Reveja ABAIXO nas matérias publicadas no ALÉM DO FATO sábado (12/06).
Zema, então, nesses 30 meses, foi incompetente para formar equipe e governar um Estado relevante (bem administrado) no mapa econômico do país. Até teve um nome de peso: empresário Cledorvino Belini, ex-CEO do Grupo Fiat na América Latina. Esteve exatamente como presidente da Cemig. Pediu o boné no primeiro ano.
É verdade que, em matéria política, não se pode exigir muito do governador. Ele é empresário – e de sucesso no comércio, à frente do Grupo Zema. Não é, portanto, do ramo.
Mas, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, também chegou de fora: era empreiteiro e ex-cartola no futebol. Também um post no mundo da política. Entretanto, soube se posicionar fora da curva.
Zema não formou equipe capaz de superar campos vietconguesna Assembleia. Mas, Kalil, ao contrário, soube se superar e atropelou com discursos típicos dos geraldinos em clássico de futebol. E cresceu, então, dando caneladas. Adquiriu gosto. Saiu da cesta de chuchu.
Portanto, até aqui, Executivo e Legislativo de Minas Gerais não dão expedientes maiúsculos para o tamanho e grandeza histórica do Estado. E não se pode jogar a conta exclusivamente para pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Mas, enquanto Executivo e Legislativo batem cabeça, e nada acrescentam, a Cemig segue seu rumo companhia de capital aberto. Ontem, por exemplo, mandou para B3 (Brasil. Bolsa. Balcão) “Aviso aos Acionistas” com uma boa notícia: pagará R$ 741,073 milhões. O capilé será por conta das primeiras parcelas de juros sobre o capital próprio e dividendos. Estarão disponíveis, para o Governo de Minas também, claro, em dia 30/06. Do valor, R$ 464,329 milhões correspondem aos dividendos.
A Capital World Investors (CWI), administradora norte-americana de ativos, encolheu a participação na Equatorial S.A,…
A socióloga Rosângela Lula da Silva (PT-PR), mais uma vez, desfila de fogo amigo contra…
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Democrata), nos 60 dias que lhe restam de…
O GSI é, digamos assim, um nano quartel de generais de “elite” cravado no coração…
Dono do Grupo MRV (construtora), do Banco Inter e de empresas de comunicação, o empreiteiro…
A montadora brasileira Embraer S.A. refez sua projeção de entrega de aeronaves para este exercício.…