A vinda de executivo de trading da China e reações internas pressionam para desfecho no impasse com navios cargueiros do Irã retidos no Paraná. Jingtao (Johnny) Chi, chairmam, da COFCO International. Jingtao falará na abertura do Congresso da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio. O evento será dia 5 de agosto, em São Paulo. A China é o maior comprador da soja brasileira. O país corre risco de ser mal avaliado pelo parceiro asiático com esse impasse. Desde o começo de junho, os cargueiros do Irã estão parados próximo ao Porto de Paranaguá (PR) por falta de combustível. A Petrobras se recusa a abastecer, seguindo orientação de embargo internacional dos Estados Unidos. As embarcações devem partir com milho brasileiro.
Força da China
Nesta quinta (25), à noite, dirigentes da Abag não eram totalmente afirmativos em que a presença do executivo chinês favorece na solução do impasse. “O mundo vai para onde a China olhar”, ironizou um assessor ouvido pelo ALÉM DO FATO. Da produção brasileira de soja (114,8 milhões de toneladas – Embrapa – Junho 2019) exportada, Irã fica com 80%. Ano passado, de janeiro a agosto, aquele país assumiu 50,9 milhões de toneladas.
Além do elemento Jingtao, outros eventos internos devem contribuir numa solução. Ou seja, o descumprimento ao embargo dos EUA, seguido pelo presidente Bolsonaro. No dia 31, na Fiesp, haverá reunião de técnicos de comércio exterior do Ministério da Agricultura e representante brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC). A entrada do Supremo Tribunal de Federal (STF) no assunto, obrigando a Petrobras a abastecer os navios, é um elemento a mais. A mesma fonte ouvida na Abag sintetizou: “Tá com o STF”.
Um navio iraniano já está carregado
A proibição de abastecimento partiu do Tribunal de Justiça do Paraná. Um dos navios, o Bavand, está carregado com 50 mil t de milho. O Termeh ainda não foi carregado, mas tem contrato para receber 60 mil t. O Irã, em 2018, importou 6,38 milhões de toneladas (28%) do milho embarcado pelo Brasil. Liderou na pauta.
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