Economia fraca afeta emprego temporário de final de ano no país Economia fraca afeta emprego temporário de final de ano no país

Economia fraca afeta emprego temporário de final de ano no país

Movimentação no comércio, foto Tânia Rêgo/Agência Brasil

O descontrole da economia e as incertezas políticas afetam a previsão de criação do emprego temporário neste final de ano no setor do comércio em todo o país. Belo Horizonte segue a mesma tendência. Pesquisa revela que 95 mil vagas temporárias serão abertas no país até dezembro, número abaixo da projeção da pesquisa de 2021 (105.723 vagas), quando havia otimismo após o controle da pandemia. O número também é menor que o período anterior à pandemia (103.211 vagas em 2019).

Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae. Os principais motivos entre os que não irão contratar são: ausência de aumento significativo da demanda que justifique as contratações (35%); falta de verba suficiente para contratações (25%) e os encargos trabalhistas serem muito altos (19%).

80% estão pessimistas

Em BH, a expectativa, até o momento, de 80% dos lojistas da capital mineira é de não admitir colaboradores temporários para as demandas de fim de ano. “Fatores como alta na inflação, taxas de juros elevadas e incertezas políticas têm feito o comerciante colocar o pé no freio nas contratações. Além disso, o custo de vida está mais alto na capital mineira, limitando as escolhas dos consumidores, o que gera uma redução na capacidade de consumo das famílias. Este é o cenário atual que, com o desenrolar das eleições e a resposta do consumidor com a proximidade das datas, pode ser modificado”, avaliou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas- CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Ainda assim, deverá haver crescimento das vendas, o que poderá renovar a esperança de novas vagas para quem estiver desempregado. De acordo com a pesquisa de “Contratação Temporária”, realizada pela CDL/BH, 38% dos empresários que irão contratar para o período devem efetivar os funcionários após a temporada. Segundo Marcelo de Souza e Silva, paralelo a esse cenário de dúvidas, também “vemos o crescimento do PIB e a queda das demissões, o que traz alívio para os funcionários e aponta uma maior redução no desemprego no país”.

Tendência de recuperação

Silva considerou também que há uma tendência de crescimento do varejo em percentuais estáveis. A geração de empregos em Belo Horizonte acumulou saldo positivo no mês de julho, foram mais 3.813 novos postos de trabalho. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) computou que o setor de serviços foi o que mais contribuiu, criando 2.246 novos empregos. O comércio gerou 81 vagas. Além disso, o desempenho da economia mineira aumentou. O Produto Interno Bruto do Estado (PIB) cresceu 7,3% no segundo trimestre e, no acumulado do ano, a atividade econômica registrou um aumento de 4,1%, segundo a Fundação João Pinheiro.

Cargos de vendedor lideram

As vagas para atuar como vendedor são a maioria (89%) em Belo Horizonte. Em seguida, aparecem oportunidades como atendente (35%), caixa (8%) e estoquista (5,4%). Funções como alfaiate, fiscal/vigia e repositor aparecem empatadas com 2,7%, como revelou a pesquisa.

No Brasil, há uma grande variedade de cargos e funções, porém as mais demandadas pelas empresas serão: vendedor (29%), ajudante (24%), balconistas (16%), cabeleireiro (7%), manicure (7%) e entregador (6%), segundo a CNDL.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments