A TCI Fund Management Ltd., de Londres, informa que fundos investidores de sua carteira, de viés ambientalista, reduziram participação no capital da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). A TCI deu conhecimento, dia 3, da venda de “derivativos de liquidação financeira (total return equity swaps) referenciados em ações preferenciais classe B de emissão da Companhia”. Essas operações, esclareceu, foram efetivadas em mercado de balcão. Ontem (10/01), a empresa paulista repassou à B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
Com as alienações, salienta aquela administradora, sua carteira de clientes na Cesp passou a ser de 21.073.144 ações preferenciais classe B. O volume representa 9,99% da totalidade das ações preferenciais classe B da energética brasileira. Em 27 de dezembro, a posição da da TCI era de 14,47% das ações preferenciais, ou seja, 9,65% do capital total.
Não altera controle da Cesp
Os derivativos de liquidação financeira (total return equity swaps), frisa a TCI, não conferem direito de voto, ou seja, é investimento com finalidade meramente econômica. Isto é, “não altera a composição do controle ou a estrutura administrativa da Companhia”. Assegura, ainda, que “nenhum de seus clientes detém ações ou outros instrumentos derivativos referenciados em ações de emissão” da empresa brasileira.
Comandada pelo bilionário Christopher Hohn e gestor de hedge funds, com ativos de US$ 30 bilhões, a TCI se apresenta comprometida com a minimização do próprio impacto ambiental. Portanto, tem atuações voltadas para redução das emissões de carbono.
Hohn advertiu Airbus e Moody’s
No mês passado, Hohn fez alerta às empresas dentro do seu portfólio, para “intensificarem as ações de mudança climática ou desinvestir em risco”. Receberam suas cartas a Airbus, Charter Communication Inc. e Moody’s Corp. Exigiu, pois, dessas companhias mais transparência sobre as emissões de GEE.
“Também avaliaremos o desinvestimento quando uma empresa do portfólio se recusar a divulgar suas emissões“, advertiu em conversa com a agência Bloomberg.
Resta, então, a busca dos motivos da saída dos fundos administrados pela TCI de parte do capital da Cesp.
Dois investidores controlam Cesp
Os maiores investidores individuais da Cesp, em dezembro, eram, porém, Sf Ninety Two Participações Societárias S.A. e Vtrm Energia Participações S.A. Tinham posições acionárias idênticas: 46,76% das ações ordinárias (com voto) e, 6,63%, das preferenciais. Isso, portanto, lhes assegurava fatias iguais também no capital total da Cesp, de 20% para cada um. Eram, então, maiores investidores individuais. A SF Ninety é da Votorantim Energética e, a Vtrm é joint venture da Votorantim com a gestora canadense CPPIB, gestora de fundos de pensão.
A holding federal Eletrobras detinha 0,04% das ações ordinárias e, 3,05%, das preferenciais (2,05% do capital total) e, em circulação no mercado, eram respectivamente, 6,45% e 49,02% (34,83%).
Hohn financiou protestos
A TCI, de acordo com o site, foi criada em 2003. No ano seguinte, Hohn lançou o The Children’s Investment Master Fund. Assim, conquistou espaços na mídia com a doação pessoal de £ 200 mil (US$ 258 mil) aos movimentos de protesto, em Londres. As manifestações exigiam dos políticos esforços para que o mundo zere, em 2025, as emissões de GEE.
De acordo com a Carbon Footprint Ltd, diz a própria TCI, suas emissões de gases de feito estufa (GEE) seriam de 952 toneladas de CO2 no período de 1º de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2018. Mas, a gestora assegura que busca compensação disso com investimentos em projetos florestais.
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