O país padece da falta de decisão com inteligência no Governo Lula diante desta catástrofe em que está mergulhado o Rio Grande do Sul. As chuvas torrenciais e inundações causam destruições nas cidades e campos, pressionando diariamente as estatísticas da tragédia. Mesmo assim, ainda nesta quinta (09/05), pareciam insuficientes para alguém acender uma luz sobre a mesa de comando na sala principal da Presidência da República:
- Mais de 10% da população de 11,2 milhões de pessoas atingidas;
- 327 mil desalojados (atualizado pela Defesa Civil – 09/05);
- 107 mortos;
- 136 desaparecidos;
- 425 dos 497 municípios afetados;
- Cidades, empresas arrasadas;
- Plantações e criações perdidas;
- Etc.
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Diante de tragédias como as do RS, as autoridades não parecem preparadas para lidar com o pior – Revista VEJA, 11/05/2024
884 mil sem água
Defesa Civil gaúcha atualizou estatísticas. O drama da falta de água potável é terrível: 884 mil.
Convocar as academias para respostas nessa tragédia
O Governo permanece burocrático, cruzando memorandos pela Esplanada dos Ministérios. Deveria, ao menos, despachar o 1º escalão de seu gabinete para área do caos. Há trabalho para as áreas dos 40 ministros e secretários nacionais (com status de ministro).
Num segundo passo, o chefe do Planalto se baixar a crista e convocar auxílio ao topo da pirâmide da massa cinzenta do país. Organizar, então, um pool para elaborar, de forma emergencial, planos, rotas de ações e metas lógicas e factíveis.
Chamar para mesma mesa a nata de experts lotados nas academias civis (Unicamp, USP, UFRJ, UNB, FDC, FGV etc.) e as militares e afins sustentadas pelo Exército, Marinha e Aeronáutica (ITA, IME, Agulhas Negras, etc.). Ouvi-los, porém, de forma obediente.
Mas ir além. Pedir, por exemplo, ajuda ao mundo. Solicitar isso aos governos de países que passaram por destruições assemelhadas com fenômenos da natureza ou destruição pela guerra – Estados Unidos e Japão, por exemplo.
E parar distrair o noticiário com dropes de verbas.
Tiroteio eleitoreiro de verbas; jornalistas satisfeitos
Os chutômetros vistos nesta quinta (09/05) são retrato fiel de um país à deriva nesta tragédia. Pela manhã, o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), no epicentro da catástrofe, estimou, por exemplo, que a “reconstrução” exigirá R$ 19 bilhões iniciais. Na sequência, o presidente Lula (PT) atacou em dois discursos. Um para o pacote de presumíveis R$ 51 bilhões, em créditos e antecipações de benefícios.
Correndo por fora, o economista Claudio Frischtak, da consultoria Inter B, ouvido pelo “Estadão”, estimou, todavia, que a “reconstrução” bateria nos R$ 92 bilhões. Ou seja, essa tragédia consumiria o equivalente a 15,5% do produto interno bruto (PIB) gaúcho de 2023, de R$ 594,9 bilhões (IBGE).
Administrar um caos dessa magnitude exercitando o “chutômetro” é inaceitável. O presidente Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), fizeram isso, quando jogaram com o Supremo Tribunal Federal (STF), em 21 de março. Montaram, na época, uma fake news para derrotar a revisão pela vida toda (RVT) das aposentadorias. A revelação do chute, impacto de R$ 480 bilhões no Orçamento, coube ao ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT-RJ). Relembre AQUI.
O lamentável, também, é que o universo dos chutes oficiais alimenta jornalistas. Estes erram por aceitá-los, não confrontá-los. Então, a falta de seriedade no Governo se perpetua.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Comentário perfeito do Nairo Almeri.