A Deere & Company, dona da marca John Deere e líder global em máquinas agrícolas, dá sinais de ter superado a escassez global de componentes no setor automotivo. Essa situação, principalmente em semicondutores (chips), foi motivo de paralisações em linhas das montadoras brasileiras de caminhões. Mas, as empresas brasileiras começam a ganhar fôlego.
A norte-americana Deere, expressiva também em máquinas para construção e silvicultura, informa que encerrou (02/05) o 2º trimestre do atual ano fiscal com lucro líquido de US$ 2,098 bilhões. Ou seja, contabilizou ganho de 17% na comparação com 2T21. A vendas e receitas líquidas, de US$ 13,370 bilhões, aumentam 11%.
A Deere opera seis unidades montadoras máquinas para construção, tratadores, colheitadeiras e outros equipamentos agrícolas no Brasil. Estão em cidades do Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás.
Deere está otimista; revisa expectativas para cima
O comunicado da Deere, desta sexta (20/05), à Securities and Exchange Commission (SEC) – agência independente de mercado de bolsas dos Estados Unidos – tem trechos de otimismo, Entre estes, por exemplo, a diretoria, apoiada nos resultados do 2T22, revisa para mais a projeção de ganhos. Incluindo os chamados “itens especiais”, passou, portanto, de US$ 7 bilhões para US$ 7,4 bilhões. a expectativa para o ano fiscal cheio. “O desempenho da Deere, no segundo trimestre, refletiu a continuação da forte demanda, mesmo quando enfrentamos pressões na cadeia de suprimentos que afetam os níveis de produção e cronogramas de entrega”, disse o presidente e diretor-executivo, John C. May.
O executivo da Deere, todavia, pontuou a permanência de “circunstâncias desafiadoras” do mercado. Nesse sentido, vale salientar, portanto, trecho da mensagem ao mercado de acionistas. “Olhando para o futuro, acreditamos que a demanda por equipamentos agrícolas continuará se beneficiando de fundamentos positivos, apesar das preocupações com a disponibilidade e pressões inflacionárias que afetam os custos de insumos de nossos clientes”.
May ressaltou que a “estratégia industrial inteligente” e a recém-criada Leap Ambitions (empenho por ganhos) somam no esforço de levar aos clientes a cultura da gestão em tempos críticos. “… estão focadas em ajudar os clientes a gerenciar custos mais altos e insumos cada vez mais escassos, enquanto melhoram seus rendimentos, por meio do uso de nossas tecnologias integradas”.
Mas mantém alerta para fragilidade do momento
No capítulo “Declarações e Perspectivas”, do relatório à SEC, a Deere, entretanto, registra a vulnerabilidade gerada pela escassez de componentes e onde buscar soluções. Essa situação vem do início da recessão global causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A marca, em 2020, na pior fase da Covid, aplicou ajuste global de pessoal.
A companhia elegeu o subitem “Operações de Produção e Agricultura de Precisão” para dar clareza de como encara a situação. “As operações de produção e agricultura de precisão dependem em parte de hardware e software, orientação, conectividade e soluções digitais, automação e inteligência de máquina. Muitos fatores contribuem para as vendas e resultados de agricultura de precisão da empresa, incluindo o impacto na lucratividade dos clientes e/ou resultados de sustentabilidade; a taxa de adoção e uso pelos clientes; disponibilidade de inovações tecnológicas; velocidade de pesquisa e desenvolvimento; eficácia das parcerias com terceiros; e a capacidade do canal de revendedores de oferecer suporte e serviços de soluções de tecnologia de precisão” (sic).
Vendas do semestre avançaram 8%
No acumulado do 1S22, a Deere apresentou receitas líquidas de US$ 22,939 bilhões, ou seja, com elevação de 8% sobre o 1S21. O lucro líquido no período, de US$ 3,001 bilhões, ficou estável frente ao período de 2021, de US$ 3,013 bilhões.
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