A Vale S/A executava obras de engenharia no pier e ponte do Terminal da Ilha Guaíba (TIG), em Mangaratiba (RJ), de forma irregular: licença ambiental vencida há 10 anos. O TIG é utilizado para exportação de minério de ferro.
A Revista Plurale relata (link abaixo) que a obra da mineradora naquele terminal está, portanto, interditada pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Mangaratiba desde a última terça (18/01). O poder público, entretanto, tem sua dose culpa no caso: só teria agido, desta vez, após denúncia em telejornal. A fiscalização da Prefeitura também autuou a mineradora por conta de riscos para os operários das obras: irregularidades nos andaimes.
A mineradora, porém, negou que o licenciamento esteja vencido. Além disso, contestou acusações de crimes ambientais (presença concentrada de metais pesados) na área. Mas, a Prefeitura de Mangaratiba informa que desde 2019, aplicou três interdições contra as operações do TIG e multas ambientais que somam R$ 55 milhões.
Vale surgiu estatal, em 1942
Vale é uma ex-estatal (Companhia Vale do Rio Doce – CVRD), criada em 1º de junho de 1942, no Governo Vargas. Mas, era uma companhia de capital misto, ou seja, com ações do capital listado na antiga Boverj – a atual B3 (Brasil. Bolsa. Balcão).
A mineradora foi privatizada em 1997, via leilão das ações na Boverj. Um pool de investidores majoritários formou o bloco do acordo de controle e, portanto, dava as cartas na gestão. O Grupo Bradesco, via Bradespar, liderou. Entretanto, o acordo caducou, em novembro de 2020.
Leia a integra da reportagem Prefeitura de Mangaratiba (RJ) interdita obra irregular no Terminal da Vale. E também outras matérias relacionadas no ALÉM DO FATO:
- Vallourec e Vale, o medo brota no alto da Serra da Moeda
- Vallourec tingiu BR-040 com lama do descaso dos políticos
- Bradespar reduz à metade sua participação na Vale
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.