Desenvolver com as concorrentes parcerias em sistemas digitais operacionais para os carros elétricos autônomos do futuro. É para isso que a Volkswagen busca entendimento. Essa seria, portanto, uma forma de abreviar etapas nas conectividades de alguns milhares de “código de software” em veículos elétricos. Nessas conexões estão, por exemplo: sensores de radar, câmera e ultrassônicos e conectados aos componentes de frenagem e direção.
É o que revelou Christian Senger, do Conselho de Serviços e Softwares Digitais da VW, em entrevista à agência Reuters, divulgada ontem (19/06).
“Há uma corrida para criar sistemas operacionais automotivos. Estamos vendo que muitos participantes não automotivos estão desenvolvendo competências nessa área”, disse Senger. Acredita, porém, que em breve, esses desenvolvedores serão, em número, menores que as montadoras. “O sistema operacional não é algo que iremos controlar por conta própria. Definiremos seu núcleo e incluiremos rapidamente componentes de código aberto, para criar padrões. Isso criará oportunidades para parcerias”, frisou Senger.
Tesla, uma década à frente
A postura da empresa alemã leva em conta a constatação do enorme atraso das indústrias tradicionais, até centenárias, do mercado em relação à novata Tesla, dos Estados Unidos. De acordo com a agência, Thomas Ulbrich, do Conselho da Volkswagen, admitiu, em março, que a “Tesla, fabricante de carros elétricos dos EUA, tem dez anos de vantagem sobre os rivais no que diz respeito à fabricação de carros e softwares elétricos”.
Volkswagen empenha US$ 7,8 bi
Todavia, daqui para frente, acreditam os responsáveis pela área da VW, não haverá muito segredos nos sistemas operacionais digitais. Portanto, as abordagens serão mais abertas. “Isso é quase inimaginável para as montadoras tradicionais. Mas esta é a principal oportunidade de avanço”, disse Senger.
A Reuters relembra que, em janeiro, a VW apresentou a Car.Software, que funciona como “unidade independente” para soluções de linhas de código. Na unidade, estão cerca de 3 mil especialistas em software, sob guarda-chuva de € 7 bilhões (US$ 7,8 bilhões). Porém, esse contingente deverá mais que triplicar, em 2025, ultrapassar os 10 mil.
Na verdade, entendimentos da VW para os autônomo, com as concorrentes se intensificaram por volta de 2018. Em fins de setembro do ano seguinte, estariam envolvidos 15 fabricantes. No conjunto das montadoras, estimava a empresa alemã, os investimentos para os autônomos superavam € 55 bilhões (US$ 64 bilhões). No Brasil, surgiram alguns centros tecnológicos com algum tipo de envolvimento.
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