Aderir ao regime federal é colocar Minas de joelho, adverte Sindifisco MG

O presidente do SindifiscoMG, Marco Couto, foto William Dias/ALMG

Ao avaliar o projeto do governador Romeu Zema (Novo) de aderir ao regime de recuperação fiscal, o presidente do Sindifisco MG, Marco Couto, foi taxativo: “vai colocar Minas de joelho”. Na manhã dessa quinta (25), Zema levou o projeto à Assembleia Legislativa, que adequa proposta anterior de renegociação fiscal da dívida de Minas junto ao governo federal.

A dívida estadual é de mais de R$ 100 bilhões, e o pagamento de suas parcelas mensais, de cerca de R$ 500 milhões, foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão foi dada, ainda no governo anterior do petista Fernando Pimentel, por conta da situação deficitária de Minas.

“Existem alternativas a essa medida (renegociação da dívida), mas não vejo disposição política da atual administração. O que a gente vê é uma tentativa de colocar Minas de joelho perante o governo federal”, avaliou o representante dos servidores da área fiscal do Estado. Ele se refere às condições impostas pelo governo federal, como privatizações de estatais e supressão de direitos dos servidores, para aderir ao seu Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Assista abaixo à entrevista do presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual

Marco Couto avalia a recuperação fiscal e alternativas à recuperação econômica do Estado em entrevista ao jornalista Orion Teixeira

Dirigente aponta alternativas

Marco Couto contou, por exemplo, que, no início da atual gestão, levou a proposta de defesa do ressarcimento da Lei Kandir, que lesou o Estado em cerca de R$ 135 bilhões. Vigente desde 96, a lei isenta do ICMS, o principal imposto estadual, os produtos de exportação, especialmente o minério de ferro no caso de Minas.

Após movimento do Sindifisco MG e da Associação dos Funcionários Fiscais e liderança da Assembleia Legislativa, as perdas foram reconhecidas. Por conta disso, em vez de R$ 135 bilhões, o Estado irá receber R$ 8,5 bilhões em 17 anos. “Provamos que há alternativas, apesar do acordo pífio, mas há uma obsessão do governo em fechar essa adesão com a União. É um regime muito ruim, coloca os estados de joelho. O Rio de Janeiro, por exemplo, vai demorar uns 200 anos para se recuperar do acordo que fez”, observou o dirigente sobre a situação do único estado que aderiu ao regime até agora.

Na defesa do projeto, o governador salientou que uma das principais alterações é a ampliação do prazo de vigência do RRF, de seis para nove anos. Com isso, ficaria suspenso o pagamento das parcelas das dívidas de Minas com a União e com instituições financeiras que têm a União como garantidora.

Adesão só com “números ruins”

Segundo Marco Couto, para que a adesão seja aprovada, a realidade financeira de Minas não pode melhorar. “Porque se os números melhorarem, você não consegue fazer o acordo. Então precisa manter a falta de dinheiro, salário parcelado, 13º salário atrasado, mesmo tendo dinheiro em caixa”, apontou, referindo-se às condições exigidas pelo governo federal para renegociar a dívida.

“Aqui tem a política de vilanizar, segregar o serviço público. Isso traz consequência, porque quando você precariza o serviço público acaba prejudicando o cidadão que está lá na ponta. O Estado existe para servir o cidadão e faz isso por meio do servidor”, contestou Marco Couto ao defender investimentos na área do Fisco mineiro e concursos para equipar o setor. Nessa entrevista exclusiva, o dirigente ainda fala sobre o acordo do Estado com a Vale, o 13º salário atrasado, entre outros.

LEIA MAIS: Entidades sindicais rebatem Zema e cobram retratação pública

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

All Comments

Subscribe
Notify of
guest
8 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
Luci

Muito bem…afinal alguém para dizer a verdade!!!

MITAIR É INOCENTE

Sindifisco kkkkkkkk

Canalhas
Ainda bem que a contribuição sindical acabou

Souza Rezende Eliezer

Você ê burro assim mesmo ou tão te pagando por isso?

Murilo Andrade Marçal

Este sindifico deveria é ter vergonha de ver um fiscal de icms ganhar 30 mil por mês e na verdade não vale 2 mil, são um bando de vagabundos mamateiros do estado.

Marcelo Paiva Magalhães

A inveja é uma merda!!!

Cássia Vieira

Inveja e falta de informação!

Cleyton Nicel A Ferreira

Essas renegociações que a União está querendo fazer com os esta fazendo com os Estados é somente uma agenda para sabotar o pacto federativo, deixando os governadores como reles capatazes dos presidentes, tirando a autonomia dos estados. É um grande projeto de centralização do poder. A União agrada que os Estados sejam quebrados, mesmo que isso signifique que o cidadão continue a ter, ou piore, uma educação péssima, saúde precária, ruas esburacadas,…Tem um estudo se não me engano da Auditoria Cidadã da Dívida Pública que diz que Minas Gerais seria credor da União, se os valores de juros pagos pela dívida fossem de acordo com o mercado, ou seja a dívida já foi pago faz anos! O pior é que o viés ideológico atrapalha ainda as pessoas a perceberem isso, como as duas pessoas atrás que só de verem que a entrevista é de uma pessoa da Sindifisco eles sequer consideraram, mas qualquer besteira que outro aleatório falar já contam como verdade, fica difícil demais!

MITAIR É INOCENTE

Esses vagabundos do Sindifisco estão pensando é em si mesmos
Aposto que quando o governo Pimentel gerava deficit sobre deficit mas dava os mimos à categoria eles não davam um pio